O painel do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034) sobre Eficiência Energética, Recursos Energéticos Distribuídos (RED), Meio Ambiente e Transição Energética, promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), na última sexta-feira (8), mostrou que os avanços em eficiência energética poderão reduzir, até 2034, o consumo de energia no Brasil em 7% do total consumido em 2023.
Isso significa que, ao aprimorar a eficiência energética em diferentes setores da economia, o Brasil poderá diminuir significativamente a demanda por energia, o que equivale ao consumo de grandes indústrias, como as de cimento, ferro gusa e aço, juntas. Esse potencial de economia de energia pode ser alcançado por meio da adoção de tecnologias mais eficientes e de práticas sustentáveis no uso de energia.
“Como ressaltaram o ministro Alexandre Silveira e o secretário Thiago Barral, o Brasil experimentará um expressivo nível de investimentos nos próximos 10 anos, o que impulsionará a geração de empregos, o crescimento do PIB e o desenvolvimento em várias áreas, com uma parcela significativa destinada ao setor de energia elétrica. Esses investimentos representam números expressivos e de relevância global”, afirmou Thiago Ivanoski, diretor de Estudos Econômicos Energéticos e Ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O PDE 2034 apresenta, ainda, outras projeções até 2034. Entre elas, a de que o segmento residencial deve ser o líder em capacidade instalada com a fonte fotovoltaica se mantendo como predominante entre as tecnologias de geração (98,3%). Ou seja, quase toda a energia gerada nas casas brasileiras virá de sistemas solares fotovoltaicos.
Também foi destacado que a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira continuará elevada, variando entre 48% em 2024 e 2029, e 49% em 2034, conforme a Meta 7.2 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS) para o Brasil. Nesse contexto, destaca-se a contribuição das “Outras Renováveis” (eólica, solar, biodiesel e lixívia), que deverá variar de 12% em 2024 a 16% em 2034, além do Gás Natural, que passará de 11% em 2024 para 14% em 2034.
O estudo aponta que não há uma solução única e definitiva para implementar a transição energética de modo a garantir a segurança energética, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento econômico. As diferentes formas de se elaborar panoramas, assim como de se avançar em uma economia de baixo carbono, reforçam a relevância de construção de cenários energéticos de longo prazo aderentes com as potencialidades nacionais para norteamento de uma estratégia flexível, rumo a uma transição energética brasileira justa e inclusiva.
Minerais estratégicos e transição energética
A transição energética tem gerado uma demanda crescente por minerais estratégicos. Afinal, esses minerais são essenciais para a fabricação de tecnologias que suportam energias renováveis e descarbonização, como baterias, turbinas eólicas, painéis solares e veículos elétricos.
“Entre os minerais mais importantes para a transição energética estão o lítio, o cobalto, o níquel, o cobre, o grafite e as terras raras, entre outros, que são usados em componentes chave, como baterias de íon-lítio, que armazenam energia gerada por fontes renováveis e alimentam veículos elétricos, e em sistemas de geração, como turbinas eólicas e painéis solares .
“O Brasil desempenha um papel fundamental no cenário global devido às suas riquezas minerais. Além de sermos um dos principais fornecedores desses recursos para a transição energética, temos uma importante oportunidade na indústria de processamento desses minerais. Estamos trabalhando continuamente para atrair investimentos, visando fortalecer a oferta desses minerais essenciais tanto para o Brasil quanto para o mundo”, afirmou o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do MME, Rodrigo Cota.
PDE 2034
O PDE 2034, coordenado pelo MME, é elaborado pela EPE. Para mais informações e contribuições consulte o relatório completo, disponível no site da Consulta Pública MME nº 179 de 08/11/2024, e os demais cadernos do plano, disponíveis na página do PDE 2034 no site do MME.