O PCdoB aprovou neste último sábado (21) o nome da deputada estadual Dani Balbi como pré-candidata à Prefeitura do Rio nas eleições municipais do ano que vem. A pré-candidatura será agora encaminhada à federação formada pela legenda, pelo PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo PV. Não há ainda data para uma definição.
A escolha de Dani Balbi foi sacramentada segundo Marlen Couto, do O Globo, durante a conferência municipal do partido. O lançamento da pré-candidatura marca mais uma tentativa de rachar o apoio de partidos de esquerda ao prefeito Eduardo Paes (PSD), após o PSOL também anunciar o nome do deputado federal Tarcísio Motta como pré-candidato em setembro.
Primeira deputada transexual da história da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Dani Balbi, de 34 anos, por enquanto, é a única mulher colocada na disputa. Ela foi eleita com 65.815 votos, 46 mil deles na cidade do Rio, e tem sua atuação política voltada para a defesa dos direitos humanos e de pautas da população LGBTQIA+, antirracista e de valorização das mulheres.
Atritos de Paes
No Rio, o PT é aliado de Eduardo Paes e atualmente ocupa cargos na prefeitura. A legenda pleiteia a vice-candidatura na chapa de Paes. O prefeito tem sinalizado, porém, que a vaga deve ficar com um aliado mais próximo, como o deputado federal Pedro Paulo (PSD), ao mesmo tempo que se aproxima de legendas da direita e acumula atritos com parte da esquerda. A estratégia ocorre enquanto o campo bolsonarista escolhe um nome para representá-lo. O deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Walter Braga Netto, ambos do PL, estão entre os cotados.
No movimento mais recente, Paes empossou no início do mês o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) como novo secretário municipal de Ação Comunitária. Indicado ao cargo pelo Republicanos, partido do ex-prefeito Marcelo Crivella, Chiquinho é irmão do ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão, investigado por envolvimento no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018.
Na ocasião, Paes minimizou eventuais desgastes com partidos de esquerda. Segundo o prefeito, a aliança com o Republicanos surgiu de um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente estadual do partido, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, marido da ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro. Lula incorporou o Republicanos à sua gestão com a nomeação do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) ao Ministério de Portos e Aeroportos.
A aliança de Paes com a família Brazão, porém, despertou ressalvas entre partidos de esquerda. O presidente municipal do PT, Tiago Santana, afirmou, na época, que a nomeação traz uma “luz amarela” na aliança de Paes, mas ponderou que a ampliação da base partidária do atual prefeito segue a lógica de “aliança ampla” do governo federal.
No PT, o deputado federal Lindbergh Farias, crítico da gestão Paes em seu período como vereador entre 2020 e 2022, lidera a ala refratária à aliança com o prefeito. Ele tem defendido lançar um candidatura própria ou apoiar Tarcísio Motta.