PCC (Primeiro Comando da Capital) montou um “quartel-general” com 174 criminosos, a maioria de São Paulo, nas cidades gêmeas de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, na fronteira do Brasil com o Paraguai, conforme publicou o UOL.
A descoberta do número de integrantes do PCC na fronteira entre os dois países foi feita pela PF (Polícia Federal) durante a Operação Exílio, deflagrada em 25 de junho do ano passado para desarticular os integrantes da organização no país vizinho.
Agentes federais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão, sendo nove deles em Ponta Porã e um em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Os policiais apreenderam um telefone celular em um dos endereços de Ponta Porã relacionados a Edimar da Silva Santana, 37, o Arqueiro, um dos presos na operação, apontado como traficante de drogas e armas.
No aparelho havia um arquivo denominado “Levantamento dos Irmãos no Paraguai”. Segundo a PF, trata-se de um cadastro com os nomes de 174 integrantes do PCC que se encontravam na fronteira.
Coringa, o número 1
O arquivo mostra como primeiro da lista Giovanni Barbosa da Silva, 29, o Coringa, preso também pela Polícia Federal no desdobramento da Operação Exílio, no último dia 9 em Pedro Juan Caballero.
A reportagem do UOL não conseguiu falar com os advogados de Arqueiro, no Mato Grosso do Sul, nem com a defesa de Coringa, em São Paulo.
O delegado da PF Elvis Secco, coordenador-geral de Repressão à Droga e Facções Criminosas, disse ao UOL que a PF ainda não tem a informação sobre a divisão por estado de cada um dos 174 criminosos do PCC no Paraguai.
Porém, os agentes federais suspeitam que a maioria dos 174 criminosos é mesmo de São Paulo. Os policiais se basearam nos quatro primeiros nomes mencionados no arquivo.
PCC tentou resgatar líder regional após prisão em janeiro
Depois do nome de Coringa, também chamado de Bonitão, vem o de Arqueiro, procedente da Baixada Santista. Em seguida aparece um criminoso conhecido como Jhony, da capital paulista, e outro apelidado de Japa, de Araçatuba, interior de SP, que atuava na zona leste paulistana.
Ao lado do nome ou apelido e do lugar de origem do integrante do PCC no Paraguai aparece a função de cada um na organização criminosa.
A PF confirma que Coringa era o principal nome da facção paulista no Paraguai. A prisão dele desencadeou uma escalada de violência na região de fronteira.
Horas depois de sua detenção, ao menos 40 criminosos armados de fuzis e pistolas tentaram resgatá-lo em um departamento da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero.
Houve troca de tiros e os policiais paraguaios impediram o resgate. Coringa foi expulso do Paraguai por determinação do presidente Mario Abdo Benítez e está recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).