O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado força nas ruas e no Congresso.
Aliás, uma força no Congresso que não teve durante o seu governo.
Assim, pautas sempre defendidas por Bolsonaro, estão conseguindo aprovação, numa discussão onde os partidos de esquerda são minoritários.
Na última quarta-feira (20), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que extingue a saída temporária de presos em regime semiaberto, exceto, em casos bem específicos, para estudar. Relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP), que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo só para participar da sessão.
Líder do governo na Câmara, o petista José Guimarães nem fez uso da palavra durante a discussão do texto. O governo fugiu do debate do tema.
No Senado, o fato se repetiu, com o líder Jaques Wagner se omitindo e lavando as mãos para a discussão da questão.
Lula deverá agora sancionar ou vetar.
Se sancionar, fica muito mal com as bases esquerdistas. Se vetar, vai perder ainda mais a ínfima popularidade que lhe resta.
E, para piorar a situação do petista, uma outra discussão avança celeremente no Senado, que está prestes a aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas. Assinada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a PEC é uma reação a um julgamento em curso no STF que caminha para descriminalizar o porte de pequena quantidade de maconha para consumo próprio.
A proposta já está em discussão no plenário, onde deve ser aprovada com folga. Historicamente, o PT é simpático à descriminalização de certas drogas. A aprovação da PEC vai representar mais um baque violento em suas bases.