No momento em que o debate ambiental e sustentável cresce no mundo e pressiona o Brasil, a pauta verde, por enquanto e infelizmente, está fora das prioridades da maior parte dos candidatos nas eleições deste ano.
Conforme a reportagem do jornal Estadão, os políticos e analistas avaliam que com a pandemia da covid-19, intensificou a preocupação com problemas imediatos como saúde e diminuição da renda. Além disso, há a percepção de que a preservação do meio ambiente é responsabilidade do governo federal e que sua discussão deve ser feita no nível nacional e internacional.
“As pautas ambientais eram fortes em 2012, mas entraram em declínio quando o Brasil começou a ter uma recessão econômica. As pessoas trouxeram a discussão para um aspecto mais urgente”, afirma o sócio do Instituto Travessia, Bruno Soller.
Para o cientista político Creomar de Souza, os partidos não são estruturados em termos temáticos e têm a lógica de atender aos interesses do eleitorado nas situações de ocasião.
Souza diz que, apesar dos temas urgentes, o diagnóstico é preocupante. “A maioria dos candidatos não consegue fazer a vinculação entre pauta ambiental e questões concretas, como saneamento básico e água tratada”, diz.
Soller explica que a defesa da pauta verde até pode ser usada para referendar o posicionamento político de um candidato, mas não encontra eco nas vontades dos eleitores.
Para o porta-voz da Rede, Pedro Ivo, a maioria dos partidos ainda pensa no “desenvolvimentismo pelo desenvolvimentismo”. “Eles ainda não incorporaram o desenvolvimento sustentável”, diz.