Um ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus alega ser filho do bispo Edir Macedo, fundador da congregação, e entrou na Justiça para obrigar o líder religioso a fazer um teste de DNA.
A assessoria de imprensa da igreja reagiu com veemência à informação e classificou a versão como “ridícula”. “Justamente pelo tamanho do absurdo, não vamos nos pronunciar sobre o assunto.”
Rafael Venâncio, 45 anos, deu entrada em uma ação de investigação de paternidade no Tribunal de Justiça de Minas. Ele afirma no processo que cresceu em uma família adotiva e que só descobriu seu suposto vínculo com o bispo em 2007, por meio de uma vizinha de sua mãe biológica.
A vizinha, que não é identificada na ação, teria narrado que a mãe biológica de Rafael manteve uma suposta relação extraconjugal com o bispo na década de 1970. Na época, ela teria trabalhado como empregada doméstica na casa da família Macedo, no Rio de Janeiro. Segundo a versão apresentada na ação, o bispo teria sugerido a interrupção da gestação.
O homem que alega ser filho de Edir Macedo afirma que, antes de entrar com o processo, tentou procurá-lo, mas não teve resposta. Ele narra que escreveu uma “carta ao pai”, com confidências sobre como se sentia.
O advogado Rodrigo Cunha, que representa Rafael Venâncio, pede no processo que o bispo seja obrigado a se submeter ao exame de DNA e, caso se negue a fazê-lo, que a paternidade seja presumida.
“Hoje, com o exame de DNA, o Juiz pode decidir com segurança, baseado em dados científicos que conferem quase 100% de certeza da paternidade investigada”, argumenta na ação.
Procurado pela reportagem do Estadão, o advogado não quis comentar o processo, que corre em sigilo.