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Tereza Cristina e Jair Bolsonaro - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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quinta-feira 16 de junho de 2022 às 11:02h

Partidos pressionam Bolsonaro pelo nome de Tereza Cristina como vice

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O comando dos partidos do Centrão pressionam o presidente Jair Bolsonaro (PL) conforme o jornal Estado de S. Paulo, para ele substituir o general Walter Braga Netto pela deputada Tereza Cristina (Progressistas-MS) como vice de sua chapa. O movimento se intensificou nos últimos dias, diante da estagnação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, e tem potencial para provocar uma guinada na campanha pela reeleição.

As articulações são para montar uma chapa Centrão “puro sangue”, esvaziando o poder militar.

A possível troca foi tratada ontem durante almoço entre Tereza Cristina, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ex-ministra da Agricultura, a deputada é pré-candidata ao Senado por Mato Grosso do Sul e lidera as pesquisas.

A mudança na vice vem sendo avaliada para atrair o voto de mulheres — uma vez que Bolsonaro enfrenta forte rejeição no eleitorado feminino — e, de quebra, ampliar a adesão de líderes do agronegócio à campanha. A equipe de Bolsonaro também quer que ela ajude mais na arrecadação de doações eleitorais de ruralistas.

O presidente disse, porém, que não bateu o martelo sobre a substituição. “Como é que eu vou trocar de esposa se nem casei ainda?”, desconversou, ao definir tanto Tereza Cristina como Braga Netto, ex-ministro da Defesa, como “cotadíssimos” para a vaga.

Rumo

A ala política do governo, nas mãos do Centrão, admite que a mudança de vice é delicada por desagradar aos militares, mas necessária para dar um rumo à campanha. A avaliação é a de que o presidente necessita com urgência de um “fato político” para sair de sucessivas “pautas negativas” que pesam contra o governo.

Interlocutores de Bolsonaro observaram, ainda, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito nas pesquisas, tentou reeditar a “Carta ao Povo Brasileiro” de 2002 – para acalmar o mercado financeiro -, ao anunciar uma dobradinha com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu antigo adversário.

No diagnóstico desses aliados, a entrada de uma mulher na chapa de Bolsonaro não apenas faria contraponto com Lula como daria um “empurrão” para que ele ultrapassasse o petista. Braga Netto, ao contrário, não agregaria votos.

Em conversas reservadas, no entanto, Bolsonaro já disse que a escolha do ex-ministro da Defesa para compor a chapa funciona como uma espécie de “seguro contra o impeachment”, caso seja eleito. Até agora, ele resiste a fazer a mudança.

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