A federação formada PSDB e Cidadania anunciou apoio nesta terça-feira (5) a candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara.
O grupo, formado por 17 deputados, compunha o bloco de apoio de Elmar Nascimento (União-BA), que buscava viabilizar sua candidatura para o cargo.
O anúncio foi feito pelo líder da federação, o deputado federal pela Bahia, Adolfo Viana (PSDB). “Hugo Motta respeita o contraditório e sobretudo construir convergências”.
“Deputado Hugo, estaremos ao seu lado para lhe ver presidente da Câmara, mas nossa bancada, é importante dizer, perdemos número de deputados, mas não perdemos qualidade. Temos deputados muito experientes e queremos estar ao seu lado nos próximos dois anos para ajudar o país a ir para o caminho que ele merece”, seguiu.
Viana disse ainda que a decisão de apoiar Motta foi comunicada antes ao deputado Elmar Nascimento.
“Certamente conversamos com o deputado Elmar Nascimento, e naturalmente a gente passa a se integrar ao projeto de Hugo Motta, sem surpreender nenhum partido que estava ao nosso lado, com conversa franca, aberta.”
Ainda são esperados para hoje o endosso de outros partidos do grupo ao nome de Motta: PSB e PDT.
Hugo Motta foi o nome escolhido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para sucedê-lo. O anúncio foi feito oficialmente na semana passada, mas Lira já costurava apoios ao aliado há alguns meses.
Elmar Nascimento é o atual líder do maior bloco da Casa, composto pelo União Brasil, PP, federação PSDB e Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRB, com 161 deputados ao todo.
Ainda assim, sofreu forte pressão dos aliados para desistir de sua candidatura diante do amplo apoio já recebido por Motta.
Elmar começou a sua campanha com a sinalização de apoio de oito partidos. Além do União, também indicaram suporte à candidatura do baiano: PSB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Avante e PRD.
Somadas, as legendas têm 125 deputados — abaixo do mínimo necessário para a eleição, em primeiro turno, do presidente da Câmara (257 votos).
Os acordos firmados inicialmente por Elmar tinham contrapartidas, segundo parlamentares das siglas. No caso do PSB, por exemplo, envolvia a entrada do União Brasil na campanha de João Campos à reeleição em Recife (PE).
Nas últimas semanas, com o fortalecimento da campanha de Motta, as bancadas do partido ensaiaram recuos, que foram, de acordo com deputados, comunicados a Elmar Nascimento.
O desembarque de PSDB-Cidadania, PSB e PDT da candidatura do líder do União Brasil deve ser a primeira leva de retiradas no antigo arco de alianças de Elmar. Nesta quarta (6), o Solidariedade, que tem 5 deputados, deve anunciar apoio a Hugo Motta.
Lideranças do Avante e PRD também admitem rever o posicionamento inicial. Segundo parlamentares das siglas, a intenção é que as decisões sejam tomadas ainda nesta semana.
Brito resiste
O líder do PSD, o baiano Antonio Brito, ainda resiste com sua candidatura, apesar de já sofrer pressão para anunciar sua desistência.
A bancada de deputados do partido deve se reunir nesta terça-feira para tratar da sucessão na Câmara.
O presidente da sigla, Gilberto Kassab, está em diálogo constante com a cúpula do Republicanos, em um processo de negociação que pode levar a retirada do PSD da disputa.