Parte da oposição do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL), os líderes de PSB, PDT e PC do B se reuniram nesta última terça-feira (30) para discutir a atuação na Câmara sem o PT.
“Não seremos um puxadinho do PT”, afirmou o líder do PDT, André Figueiredo (CE). “O PT tem um modus operandi próprio dele, que nós respeitamos”, disse. “Em momentos de embates aqui nós provavelmente estaremos juntos, mas o que nós não podemos aceitar de forma alguma é o hegemonismo que o partido quer impor.”
Com a maior bancada da Casa, o PT tem pretensões de liderar a oposição ao governo Bolsonaro, mas a posição causa desconforto em outros partidos da oposição. Nova reunião está marcada para hoje (31), também no Congresso. Na primeira, participaram, além de Figueiredo, Orlando Silva (PC do B-SP), e Tadeu Alencar (PSB-PE).
“O PT é um partido muito grande, está resolvendo os problemas internos deles para que eles possam segundo eles comandar a oposição”, disse, quando questionado se o PT e o PSOL não haviam sido convidados para a reunião. “Nós temos um outro modelo de oposição que seja construtivo para o Brasil”.
“Estamos discutindo um procedimento de ações dentro do Congresso tanto na atual legislatura tanto com as futuras bancadas para termos um modelo de oposição que seja propositiva dentro do cenário que nós vamos encontrar”, afirmou. Juntos, os três partidos têm 69 deputados.
De acordo com o líder do PDT, o bloco não deve “obstruir por obstruir”. “Podemos até obstruir alguns projetos que não tenham nenhuma condição de serem discutidos, mas onde pudermos discutir vamos discutir”, disse.