Os partidos já começaram a se mobilizar para indicar seus representantes e, assim, instalar a CPI do MST. Isso deve ocorrer na semana de 8 de maio. A relatoria deverá ficar com o deputado Ricardo Salles (PL-SP), enquanto que o relator deve ser Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). Deputados da oposição elegeram como primeiros alvos da Comissão os principais líderes do movimento.
A ideia é convocar logo no início dos trabalhos nomes como José Rainha Júnior, o ‘Zé Rainha’, e João Pedro Stédile. Os parlamentares querem saber os objetivos do MST, suas fontes de financiamento e devem pedir quebra de sigilo bancário da liderança. A bancada ruralista no Congresso fez muita pressão pela criação dessa CPI, principalmente há denúncias de invasões em áreas produzidas. A CPI será uma dor de cabeça para o governo Lula, já que o PT é aliado histórico do MST.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que invasão de terras não é concebível, mas que espera que a Comissão não sirva para palanque político. “Única coisa que eu desejo é que uma CPI não seja transformada em palanque político. Mas a importância do parlamento ter a independência é fundamental para a democracia brasileira”, relatou Fávaro.
O ministro do desenvolvimento agrário, Paulo Teixeira, criticou a criação da CPI, dizendo que a Comissão alimentará luta e tensão. “Lula deverá anunciar o programa de reforma agrária nos próximos meses. Queremos que todos os conflitos agrários sejam resolvidos em paz”, disse Teixeira. Pelo lado do MST, quem se pronunciou foi João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento. Nas redes sociais, ele afirmou que a CPI não tem objetivo definido. “É a 5ª CPI em 18 anos usada para perseguir o MST e criminaliar a reforma agrária”, escreveu. O coordenador rendeu críticas a Lula, que, segundo ele, errou ao não atender as pautas do MST.