Em meio ao questionamento jurídico sobre a viabilidade da candidatura do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), vice na chapa de Cláudio Castro (PL), partidos da aliança do governador, que busca a reeleição no Rio, cobiçam conforme Gabriel Sabóia, do jornal O Globo, o posto. União Brasil e Republicanos já discutem nomes e buscam convencer o titular do Palácio Guanabara, que, por ora, vem refutando a possibilidade e dizendo não ter plano B para o cargo.
Na semana passada, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio (PRE-RJ) acionou a Justiça Eleitoral pedindo que Reis seja declarado inelegível. O ex-prefeito foi condenado por crime ambiental pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2016, decisão que o enquadra na Lei da Ficha Limpa, mas, desde então, apresentou recursos contestando a sentença. Há dois anos, por exemplo, foi eleito amparado por uma liminar.
Maior partido da aliança que congrega outras 13 siglas em torno de Castro, o União Brasil se apresentou para indicar um novo vice. Ex-secretário de Castro, Vinícius Farah é citado por alguns caciques do União como possível indicado. No entanto, o vereador Alexandre Isquierdo é o nome favorito do presidente da executiva estadual da legenda, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, prefeito de Belford Roxo. Isquierdo já exerce papel fundamental na campanha de Castro: cabe a ele, desde fevereiro, a aproximação entre o governador e setores da igreja evangélica. Outro nome do União que corre por fora é o de Thiago Pampolha, ex-secretário estadual de Meio Ambiente.
Enquanto o União briga nos bastidores pelo direito de indicar um eventual substituto de Reis, é o Republicanos que avança com força: embora as lideranças do Palácio Guanabara não admitam, a deputada federal Rosângela Gomes é vista como a favorita para ocupar a vaga. Mulher, negra e evangélica, ela poderia suprir lacunas na campanha de Castro, na visão de interlocutores do partido. E, caso Reis seja barrado, ele não deixaria de atuar como uma espécie de “embaixador” da reeleição na Baixada Fluminense, onde exerce influência por ter sido prefeito de Duque de Caxias. A escolha por Rosângela ainda agradaria as lideranças da Igreja Universal que ocupam o comando do Republicanos.
Há, ainda, outro elemento que constitui o pano de fundo para uma eventual escolha do novo vice. Na conta do Palácio Guanabara, a nomeação de um nome filiado ao União Brasil gera medo, pelo tamanho do partido. As ambições do escolhido, atreladas ao poder econômico e de articulação da legenda, fazem com que o governo prefira um vice estratégico, mas sem projetos imediatos de crescimento político.
A troca do vice pode ser realizada até 20 dias antes da disputa eleitoral. A decisão, nesse caso, caberia à executiva estadual do PL, sem necessidade de uma nova convenção.
Dentro do governo, há o discurso de que Reis estará apto a concorrer, da mesma forma como conseguiu em 2020.
— Não trabalho com plano B para meu vice. Washington Reis foi condenado nesse processo sem ser o dono do imóvel. Espero que essa situação seja resolvida nas próximas semanas.