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Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, chega ao comitê de campanha do Partido Socialista para aguardar a divulgação dos resultados das eleições gerais Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
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domingo 30 de janeiro de 2022 às 17:40h

Partido Socialista do premier António Costa vence eleição em Portugal, diz boca de urna

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Pesquisas de boca de urna apontam para a vitória do Partido Socialista (PS), do premier António Costa, nas eleições gerais em Portugal deste domingo, antecipadas após a derrota do governo na aprovação do Orçamento de 2022, em outubro do ano passado. De acordo com as projeções, o PS poderia chegar à maioria absoluta do Parlamento, ou 116 cadeiras.

Segundo os números da TV SIC, os socialistas obtiveram entre 37,4% e 41,4%, o que, em termos práticos, significa entre 106 e 118 deputados. O Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, surge em segundo, com 26,9% a 30,9%, ou 75 a 85 deputados. As sondagens da RTP, da CNN Portugal e da TVI também apontam para uma vitória contundente dos socialistas, que chefiam o governo desde 2015.

Logo depois do anúncio das pesquisas, houve celebração no hotel usado como base dos socialistas para acompanhar a apuração, em Lisboa, de acordo com o relato do Jornal de Notícias. Já entre os integrantes do PSD, os números foram recebidos em silêncio e sem comentários imediatos à imprensa.

De acordo com as projeções, a Iniciativa Liberal ficaria em terceiro e pode fazer até 15 parlamentares. A sigla disputa o terceiro lugar com o partido de extrema direita Chega, que ficaria com entre 5% e 8% dos votos.

O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista — que entre 2015 e 2019 participaram de uma coalizão de governo informal liderada por Costa, conhecida como Geringonça — ficariam em respectivamente quinto e sexto lugares, com entre 3% e 6% dos votos.

Com o país registrando recordes de infecções por Covid-19 por causa da variante Ômicron — a média móvel está em torno de 55 mil casos diários — os locais de votação mantiveram um protocolo rígido de segurança, com o uso obrigatório de máscaras e distanciamento. Segundo a Direção Geral de Saúde, até 783 mil pessoas aptar a votar estavam cumprindo isolamento após terem sido diagnosticados com a Covid-19 ou terem tido contato com infectados, mas as autoridades eleitorais permitiram que eles pudessem ir às urnas, e recomendaram o horário entre as 18h e 19h..

Apesar do alto número de casos de Covid-19 nas últimas semanas, o número de internações é menor do que em outros surtos da doença, algo creditado às políticas adotadas pelo governo português ao longo da pandemia, como o incentivo à vacinação: hoje, cerca de 90% dos portugueses completaram o ciclo inicial de imunização, com duas doses ou dose única, e 48% receberam doses de reforço.

Segundo as projeções, a abstenção deve ficar em torno de 50%, menor do que a das últimas eleições, em 2019, mas em um patamar considerado preocupante.

A convocação de eleições antecipadas, dois anos e meio depois da última votação, ocorreu depois que António Costa não conseguiu apoio suficiente para aprovar seu plano orçamentário, em especial dos antigos aliados do Bloco de Esquerda  e do Partido Comunista, que consideraram a proposta pouco ambiciosa em termos sociais. A derrota levou à dissolução do Parlamento e à convocação do pleito de hoje.

Após a vitória do PS nas eleições de 2019, Costa preferiu desfazer a aliança com as siglas menores de esquerda, passando a negociar os projetos de forma separada com os grupos parlamentares, incluindo a direita, uma estratégia que nem sempre funcionou, e que ameaçou sua permanência no cargo.

Caso a boca de urna se confirme e ele siga como primeiro-ministro, Costa se verá diante do mesmo desafio que levou às eleições deste domingo: a aprovação do Orçamento. Segundo estimativas, o texto pode sair do papel até abril, e, dependendo dos resultados finais, caso não obtenha a maioria absoluta, terá que ser negociado ponto a ponto, inclusive com os integrantes da antiga Geringonça.

O próximo governo terá ainda o desafio de usar os fundos europeus do fundo de recuperação pós-pandemia para incentivar o crescimento. Portugal receberá € 13,9 bilhões em doações e € 2,7 bilhões em empréstimos até 2026.

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