Segundo o AFP, o suspeito de matar Abe em julho supostamente fez isso por acreditar que o ex-chefe de Governo estava envolvido com a seita.
O secretário-geral do Partido Liberal Democrático (PLD) do Japão, Toshimitsu Motegi, disse que uma investigação revelou que alguns legisladores aceitaram o apoio da igreja às suas campanhas eleitorais.
Outros haviam participado de reuniões ou pagaram taxas à organização, cujos membros são popularmente conhecidos como “Moonies” pelo nome seu fundador coreano Sun Myung Moon.
Dos 379 legisladores da PLD, 179 têm “algum tipo de vínculo” com a Igreja da Unificação, declarou Motegi.
“Levamos os resultados a sério. Sinceramente, lamentamos e garantiremos que o partido não terá mais relação alguma” com a igreja, acrescentou.
Na semana passada, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida disse que os membros do PLD devem cortar seus vínculos com o grupo religioso, após revelações controversas de seus contatos com os políticos no país.
O assassinato de Abe retomou uma controvérsia antiga sobre a Igreja da Unificação, incluindo acusações de que alguns de seus fiéis faliram depois de fazer grandes doações para a entidade.
Em agosto, o ramo japonês da igreja disse que “fez esforços conjuntos para garantir que as doações feitas não sejam muito grandes em relação ao patrimônio da pessoa”.
Segundo a igreja, Abe nunca foi membro ou conselheiro da entidade, embora falasse em eventos organizados por seus grupos afiliados.