Pela primeira vez na história desde o fim do Apartheid, os eleitores sul-africanos deram ao partido de Nelson Mandela seu pior resultado nas urnas da África do Sul.
O Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) perdeu maioria absoluta nas eleições gerais, conquistando 40,1% do eleitorado, segundo dados oficiais divulgados neste último domingo (2).
O resultado está abaixo dos 50% necessários para garantir uma maioria. Com isso, o partido tem 14 dias para formar uma coalizão e manter o atual presidente Cyril Ramaphosa (foto) no cargo.
A legenda conquistou 159 cadeiras das 400 na Assembleia Nacional da África do Sul. É uma perda significativa em relação à última eleição, quando o partido conquistou 230 assentos.
Já o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), liderado por John Steeinhuisen, angariou 21,7% dos votos, enquanto o uMkhonto we Sizwe (MK), um novo partido liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, conseguiu 14,6%. O Combatentes da Liberdade Econômica (CLE) teve 9,5%.
O secretário-geral do partido de Mandela afirmou mais cedo que a continuidade no cargo de Cyril Ramaphosa não será moeda de troca para formar uma maioria.
“Se vierem com a exigência de que Ramaphosa renuncie à presidência do ANC, isso não vai acontecer”, disse Fikile Mbalula. “Nenhum partido político vai ditar os termos”, acrescentou.