O novo presidente da EBC, Hélio Doyle, não estava à frente da empresa em 21 de janeiro, quando a matéria da Agência Brasil escrita com linguagem neutra foi publicada. No entanto, o jornalista não ficou alheio à repercussão que a publicação “Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília” tomou na classe política e nas redes sociais.
“Houve críticas fortes, mas houve também muitos elogios. Recebemos muita gente elogiando, aplaudindo e até decepcionadas porque já deixamos claro que não vamos usar a linguagem neutra, enquanto não houver um debate maior, uma decisão maior, por parte do governo”, disse Doyle na coluna Radar.
Doyle explicou ainda que a adoção da linguagem neutra não faz parte da linha editorial da Agência Brasil. O uso foi em uma nota específica, que falava sobre um encontro que antecedeu o Dia Nacional da Visibilidade Trans.
“Foi uma questão pontual. A própria matéria explica isso. Foi feita entrevista com parlamentares que tem essa questão da identidade, que pediram que fosse publicado assim”.
Anunciado como novo chefe da Empresa Brasil de Comunicação nesta quinta, Doyle assumiu uma agenda cheia com 10 dias seguidos de reuniões. Embora tivesse feito parte do Grupo Técnico de Comunicação, no Governo de Transição, e se inteirado sobre o funcionamento da EBC nos primeiro mês de governo, ele não considera que já tenha conhecimento preciso da situação da estatal.
A ideia é que, no fim de fevereiro, um diagnóstico completo seja apresentado ao conselho da empresa. A partir disso, as novas diretrizes devem ocorrer com mais contundência. Um dos objetivos é aumentar a oferta de conteúdos culturais e artísticos na grade de televisão.