domingo 22 de dezembro de 2024
Chuvas no Rio Grande do Sul: Porto Alegre inundada — Foto: Carlos Fabal/AFP
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segunda-feira 6 de maio de 2024 às 07:51h

Parlamentares e militantes politizam tragédia no Sul com troca de acusações e desinformação

NOTÍCIAS, POLÍTICA


As mensagens de solidariedade ao povo gaúcho e os pedidos de ajuda após as chuvas e as enchentes colapsarem o estado têm competido nas redes sociais com ataques entre esquerda e direita e a politização da tragédia.

Bolsonaristas têm criticado a realização do show da Madonna na praia de Copacabana, no Rio, em plena crise no Rio Grande do Sul, enquanto apoiadores de Lula rebatem, lembrando o tratamento dado pelo então presidente Jair Bolsonaro à tragédia com as chuvas na Bahia, em dezembro de 2021.

Neste domingo, o nível do rio Guaíba chegou a 5,30 metros de altura e colocou Porto Alegre em alerta de “inundação severa”. Número de mortos chega a 78 no estado, enquanto há ao menos 105 desaparecidos.

O estrago e o estado de calamidade pública, no entanto, têm sido deixado de lado na disputa partidária em busca dos vilões da tragédia. Ofensas e palavras de baixo calão à cantora Madonna pelo show realizado em plena crise passaram o dia entre os assuntos mais comentados da rede social X (antigo Twitter).

A família Bolsonaro têm aproveitado o momento para atacar os adversários. Jair Bolsonaro publicou uma charge sugerindo que Lula enviou deixou de enviar “toneladas de alimentos” ao Rio Grande do Sul, após ter supostamente as enviado para Cuba.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por sua vez, compartilhou uma publicação dizendo que, “enquanto o Rio Grande do Sul está submerso nas águas das chuvas, rios de dinheiro são enviados para o show da Madonna. Lula e Janja afundam a nação, flertando com as catástrofes”. Acima, a foto da primeira-dama dançando sobre corpos na lama.

Tanto a informação de que o show em Copacabana teve recursos federais quanto a de que Janja foi à apresentação de Madonna são falsas, no entanto. A primeira-dama estava em Brasília no sábado, de acordo com o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, e o evento teve como patrocinadores o Banco Itaú e a empresa Heineken, além de apoio da Prefeitura e do Governo do Rio de Janeiro.

Bolsonaristas têm comparado imagens de voluntários e autoridades ajudando no resgate de pessoas atingidas pelas enchentes às de pessoas se divertindo em Copacabana. Uma imagem de Madonna cantando sobre a lama da tragédia, criada por inteligência artificial, viralizou em páginas de apoiadores de Bolsonaro.

Por outro lado, apoiadores do governo têm lembrado do episódio em que Bolsonaro, enquanto presidente, ignorou a tragédia de enchentes na Bahia para andar de jet ski em Santa Catarina. Na ocasião, ele declarou que esperava “não ter que retornar antes” de sua folga no Sul no fim de ano.

O discurso de lideranças da esquerda também tem se centrado na defesa da agenda ambiental ao destacar que a tragédia no Sul é consequência de um evento climático extremo — de que militantes da direita costumam tripudiar. E pedem mais atenção aos pleitos de cientistas contra o discurso negacionista.

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