A violência política enfrentada por vereadoras de Alagoinhas moveu o debate da reunião da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) nesta última quarta-feira (18). No evento, as edis do município do agreste baiano, Juci Cardoso (PCdoB) e Luma Menezes (Avante), denunciaram agressões em forma de ameaças, por parte de vereadores locais, e solicitaram apoio do colegiado.
Coordenada por Olívia Santana, presidente da comissão, a reunião contou com a presença das deputadas Maria del Carmen (PT), Fátima Nunes (PT), Mirela Macedo (PSD) e Fabíola Mansur (PSB).
Ataques
“Estamos sofrendo uma onda de ataques, alguns velados, outros diretos, inclusive virtuais”, revelou Luci Cardoso, alertando que as ações têm se intensificado a cada dia, com perseguições, intimidações, disparo de fakenews e desinformações, na tentativa de minar a credibilidade das vereadoras.
Segundo Luma Menezes, a cidade é extremamente machista, misógina, racista e classista e é um grupo com essas características que quer impedir o avanço das pautas de gênero. “Quando levamos questões a respeito de machismo, violência contra a mulher, entre outros, eles se
sentem pressionados a tomarem uma posição, e isso os incomoda”, relatou.
Encaminhamentos
A Comissão dos Direitos da Mulher acolheu as denúncias e decidiu tomar várias providências, entre elas agilizar a realização de uma audiência pública sobre violência política, com a participação de deputados, federais e estaduais, e vereadores; encaminhar ofício ao presidente da Câmara de Vereadores de Alagoinhas, dando ciência da situação; e intermediar junto à Secretaria de Segurança Pública (SSP), Ministério Público e a Ordem dos Advogados da Bahia, para a solução do problema. Para Olívia Santana, é fundamental a construção de um ambiente de convivência respeitosa nas casas legislativas, com as mulheres livres para exercício dos seus mandatos, “o que é difícil num território hegemonizado pelo masculino”, constatou.