O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas ao Palácio Planalto, afirmou nesta última quarta-feira (11) que o governo e o setor empresarial devem desistir das tentativas de privatização de empresas como a Petrobras e a Eletrobras.
“Eu quero aproveitar esse calor democrático dessa sala e dizer ao governo e dizer aos empresários: parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição”, disse o ex-presidente em evento em Juiz de Fora (MG).
“Pare de tentar privatizar a Eletrobras. Porque se não fosse a Eletrobras, não teria o programa Luz Para Todos… e só pode ser feito porque a empresa era pública!”, acrescentou, citando ainda os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES.
Lula citou venda da BR Distribuidora sob o pretexto de aumentar a competitividade e, assim, reduzir os preços dos combustíveis. Mas avaliou que, na verdade, o processo levou à importação dos combustíveis, tornando-os mais caros.
“E o presidente da República, ao invés de ter coragem de colocar a mão e resolver o problema, ele fica trocando de presidente da Petrobras e de ministro de Minas e Energia. Ele na verdade não sabe o que está fazendo nesse país”, disse.
Criticado pela alta dos preços de combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro exonerou Bento Albuquerque do cargo de ministro de Minas e Energia nesta quarta-feira e nomeou Adolfo Sachsida para substitui-lo. O novo ministro é declaradamente defensor de ideias liberais e crítico a políticas intervencionistas, de subsídio ou controle de preços no setor de energia.
Em seu primeiro pronunciamento no cargo, o novo ministro anunciou que uma das primeiras medidas à frente do cargo será a solicitação de estudos sobre a desestatização da Petrobras.
Ao referir-e à inflação do país como o “preço da irresponsabilidade”, Lula creditou boa parte dela aos preços controlados, como o da energia elétrica, o do diesel, do gás e da gasolina.
O petista também fez uma analogia com o ex-presidente Juscelinho Kubitschek, cujo mote era o de fazer o país desenvolver “50 anos em 5”, prometendo promover um crescimento do país equivalente a 40 anos nos 4 anos de mandato presidencial.