O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) usou as redes sociais na manhã deste sábado para fazer um apelo aos apoiadores de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. No Twitter, o filho “zero dois” do ex-mandatário pediu para a claque bolsonarista não alimentar especulações a respeito da possível prisão de Bolsonaro, que se vê em meio a investigações conduzidas pela Polícia Federal.
“Parem com esse negócio de prisão. Parecem aqueles caras que amam viver a síndrome de Estocolmo”, escreveu o vereador. “Se quer ajudar, desconstrua a narrativa e não fique correndo atrás de cliques ou lacrações para se sentir importante validando a dor que o adversário sente prazer em fazer você sofrer. Óbvio que qualquer um sabe que já vivemos numa Venezuela, entretanto não é desse jeito que se luta. Os canalhas estão carecas de saber disso e estão utilizando sua psique para você validar algo que querem”, completou.
Nessa sexta-feira, o próprio Jair Bolsonaro falou sobre enfrentar “riscos” no Brasil, sem especificar a que se referia.
— Apesar dos riscos que corro em solo brasileiro, não podemos ceder porque temos que lutar por democracia e liberdade — disse durante evento em Goiânia.
O receio de aliados de Bolsonaro em relação à possibilidade de prisão do ex-presidente aumentou na última semana, conforme as investigações sobre suposto esquema de compra e venda irregular de presentes de nações estrangeiras se aproximaram do ex-chefe do Executivo.
O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, admitiu ter comprado um relógio que havia sido vendido pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid nos Estados Unidos. O novo advogado do militar, Cezar Bitencourt, disse na quinta-feira que Cid pretende admitir que vendeu joias e relógios, segundo ele a mando de Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a quebra dos sigilos bancários do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Bolsonaro também viu crescer as chances de ser indicado pela CPMI dos Atos Golpistas. O colegiado ouviu na quinta-feira o hacker Walter Delgatti Neto, que acusou o ex-presidente de ter dado sinal verde para que ele fraudasse um código-fonte para dar força à tese não comprovada de que as urnas eletrônicas não são seguras.