A casa onde Olavo de Carvalho morava na Virgínia, na costa leste dos EUA, foi vendida num leilão segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, para pagar impostos devidos por ele e pela família no país. O imóvel está localizado na área rural do condado de North Dinwiddie e abrigou o escritor de 2005 a 2022, quando morreu aos 74 anos.
A informação sobre a venda vem sendo compartilhada nas redes sociais por Heloísa de Carvalho, rompida com os demais herdeiros, e foi confirmada à coluna por interlocutores deles. Hoje, a viúva Roxane de Carvalho, com quem Olavo foi casado por mais de duas décadas, mora no Brasil. Nem ela e nem os outros filhos do autor (são sete, além de Heloísa) tinham interesse em quitar os débitos.
Nas publicações, Heloísa afirma que “Olavo devia imposto predial [antes de morrer], morreu, a viúva e os herdeiros ignoraram, a dívida foi cobrada, novamente a viúva e os herdeiros ignoraram […]”. Um documento do condado de North Dinwiddie, obtido pelo colunista, mostra que, além do dito imposto predial, também se acumularam dívidas de imposto de renda (pelo menos US$ 143,2 mil até março, o equivalente a cerca de R$ 830 mil). De acordo com Heloísa, o imóvel valeria mais de US$ 400 mil (em torno de R$ 2,3 milhões, portanto). Não há dados oficiais sobre o valor da venda.
A perda do imóvel marca mais um capítulo do espólio de Olavo, cujo testamento, de 2018, inclui outro imóvel americano (em Petersburg, também na Virgínia) e direitos autorais. O texto destinou aos herdeiros parcelas diferentes dos imóveis e dos royalties das obras, conforme revelou em maio o repórter Nelson Lima Neto. Heloísa, que não falava com o pai, foi a única excluída da herança.