O ministro do STF Edson Fachin aproveitou um texto de homenagem ao ministro Teori Zavascki, morto há exatos três anos, para passar mais recados. O país, segundo ele, “vem sofrendo por ações e palavras uma inegável marcha à ré na vida democrática”.
“O cenário se agrava nesse tempo pandêmico complexo, volátil, incerto e até mesmo ambíguo, no qual as palavras e os respectivos sentidos também estão ameaçados. Boatos competem com fatos. Informações falsas se produzem e incitam efeitos de concretas proporções catastróficas”, diz o artigo, publicado no Jota.
Para Fachin, “na massiva disseminação de embustes, as mentes totalitárias põem em marcha a demolição das instituições democráticas”.
“Incumbe proteger a democracia e defender a Constituição, inclusive em face da legião de silêncios daqueles que fazem ouvidos de mercador para os fracassos da democracia, a impunidade seletiva, e os baixos níveis de responsabilização de poderosos atores da cena pública, intocados pelas permissivas lacunas do sistema de justiça”, diz ainda o ministro.
Fachin diz que a morte de Teori o impediu de “observar o fluxo ainda mais aprofundado e acelerado de vozes, atos e omissões com o reprovável propósito de enfraquecer a democracia e de vergar as instituições”.
“Nesse curso de manifesto desapreço pela democracia, a apologia da truculência despiu-se de todo pudor e compostura. A memorabilia de um juiz firme e sereno lança luzes sobre esse mundo eclipsado por pesadelos sectários, desastrosos e extremistas.”