Um estudo resultante do trabalho entre entidades brasileiras e norte-americanas apontou que, para que o Brasil cumpra as metas com as quais se comprometeu no Acordo de Paris, será necessário o investimento de cerca de 3 a 5 bilhões de reais por ano até 2030. A aplicação desse valor poderia ocasionar a recuperação de biomas essenciais ao meio ambiente, como a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado.
A pesquisa, publicada no periódico científico Biological Conservation, indica segundo a revista Veja, os dois métodos mais econômicos para o retorno da vegetação nativa: a regeneração natural (em que as plantas se recuperam sozinhas) e a regeneração assistida (que conta com a ajuda de intervenções de especialistas). No entanto, ambas as práticas estão presentes em somente 15% dos projetos implantados atualmente no país.
Os métodos mais comuns no Brasil são o plantio de mudas e a semeadura direta, que envolvem a plantação de diferentes espécies na área escolhida. Apesar de serem caras, essas técnicas são implementadas em 60% a 90% dos projetos nacionais.
Firmado em abril de 2016, o Acordo de Paris exige que o Brasil reduza em 37% as emissões de gases nocivos à atmosfera até 2025, e em 43% até 2030. Para conseguir alcançar esse objetivo, o país, naquele momento, se propôs a recuperar 12 milhões de hectares (o equivalente a aproximadamente 11 milhões de campos de futebol) de terras devastadas até 2030.
Fruto da parceria entre a ONG norte-americana The Nature Conservancy, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, o IPEA, a Embrapa e a Universidade da Califórnia, a pesquisa indica que o maior obstáculo à consecução do compromisso estabelecido em 2016 é a falta de recursos investidos em soluções eficazes. De acordo com o artigo, outro problema é a curta duração dos projetos que visam a regeneração das matas: mais de 80% deles terminam depois de apenas 30 meses.