quarta-feira 18 de dezembro de 2024
Dom Jaime Spengler recebeu do Papa Francisco o barrete vermelho e o anel cardinalício. Vatican Media / Reprodução
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sábado 7 de dezembro de 2024 às 13:16h

Papa Francisco nomeia 21 cardeais, incluindo um brasileiro; confira

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Dom Jaime Spengler, que tem menos de 80 anos, poderá participar de conclaves para escolher futuros papas. Francisco segue sua prática de valorizar representantes de fora da Europa. O arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, de 64 anos, é um dos 21 religiosos católicos de todo o mundo a serem elevados a cardeal neste sábado (7) pelo papa Francisco na Cidade do Vaticano.

Dom Spengler, que é também presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho), é o único brasileiro e um dos cinco da América Latina na lista.

Por ter menos de 80 anos, dom Spengler poderá participará de conclaves, como se chama a eleição para escolher um papa. Ele é o segundo arcebispo de Porto Alegre a ser elevado a cardeal, depois de dom Alfredo Vicente Scherer, em 1969, por Paulo 6º.

O Vaticano destacou que, “em 2021, durante a pandemia, dom Jaime Spengler denunciou a grave crise resultante da disseminação da variante brasileira da covid-19, responsável por centenas de milhares de mortes”.

E que “o franciscano de 64 anos (…) tem uma atenção constante pela ecologia e a crise climática em uma terra que, neste 2024, viveu a maior catástrofe natural da história do Rio Grande do Sul com as enchentes de maio”.

Opção pela periferia

Os outros novos cardeais são os arcebispos de Lima, Carlos Gustavo Castillo, de Santiago del Estero, Vicente Bokalic (primaz da Argentina), de Guayaquil, Luis Gerardo Cabrera, e de Santiago do Chile, Fernando Natalio Chomali.

Com este Consistório Ordinário Público, o décimo desde que foi eleito papa, em 2013, Francisco, que tem quase 88 anos, continua a moldar o Colégio Cardinalício à sua imagem: mais de 78% dos 140 cardeais eleitores foram escolhidos por ele.

A escolha dos cardeais cabe exclusivamente ao chefe da Igreja Católica. Francisco tem mantido a prática de optar por dioceses remotas, que ele chama de “periferias”, incluindo locais onde os católicos estão em minoria, rompendo assim com a prática de destacar arcebispos de grandes dioceses, como Milão ou Paris.

Essa nova promoção segue a mesma linha, com uma representação importante da América Latina e da Ásia, embora menor no caso da África.

A nomeação de cardeais gera interesse entre os observadores, que procuram pistas sobre quem será o próximo líder da Igreja Católica, principalmente se for levado em conta que o papa Francisco não descartou uma renúncia caso sua saúde se deteriore acentuadamente.

Francisco, que é um defensor de uma igreja descentralizada e de base, busca promover o clero dos países em desenvolvimento aos mais altos escalões da instituição, e a nova composição do Colégio de Cardeais pode aumentar a probabilidade de que seu sucessor compartilhe dessa visão.

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