A Pan American Energy (PAE) assinou acordos comerciais para fornecimento de energia elétrica a partir de seu primeiro parque de geração renovável em construção no Brasil, disse o grupo à Reuters nesta quarta-feira (19).
Os contratos, com prazo de até cinco anos, envolvem suprimento de ao menos 70 MW megawatts (MW) médios de energia e foram assinados com empresas como Auren Energia, do Votorantim e CPPIB, e Eneva, segundo a Pan American Energy.
Os acordos serão atendidos pelo complexo eólico Novo Horizonte, que está em implantação na Bahia e tem início de operação previsto para 2024. O projeto baiano, que marca a entrada da companhia no Brasil, receberá 3 bilhões de reais em investimentos e já teve aprovado 900 milhões em crédito do BNDES.
Com 423 MW de capacidade instalada, o empreendimento contará com 94 aerogeradores fornecidos pela dinamarquesa Vestas, além de subestação própria e linhas de transmissão para conectar-se ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A Pan American Energy disse que está trabalhando com novas propostas para Novo Horizonte, incluindo alternativas de autoprodução de energia. Nesse modelo de negócio, o consumidor da energia se torna sócio no empreendimento de geração, o que lhe garante isenção de pagamento de alguns encargos tarifários, permitindo maior competitividade nos custos finais com energia.
O projeto eólico também está em processo de registro para emissão de créditos de carbono, acrescentou a empresa.
A Pan American Energy é um grupo de energia com presença em seis países da América Latina, com destaque para a Argentina. Ingressou no Brasil no início deste ano, com o anúncio do projeto renovável na Bahia, e vem avançando com a negociação de contratos junto a clientes e adesão à Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE) para iniciar operações no mercado livre.
Além dos negócios em geração renovável, o grupo latino-americano atua na exploração e produção de petróleo e gás e no refino e comercialização de combustíveis, lubrificantes e químicos. Mirando o processo de transição energética, também ingressou na cadeia de valor de lítio, adquirindo extensões de terras no “triângulo do lítio” da América do Sul.