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Israel vai permitir que, a partir desta segunda-feira (27), milhares de palestinos retornem ao norte da Faixa de Gaza pela primeira vez desde as primeiras semanas da guerra com o Hamas.
A abertura tinha sido adiada por dois dias por conta de uma disputa entre o Hamas e o governo israelense. O segundo afirmou que o grupo havia mudado a ordem dos reféns que libertou em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Apesar do impasse, mediadores resolveram a disputa.
Em entrevista à Associated Press, Ismail Abu Mattar disse que “um mar de pessoas” está indo para o norte. Ele e sua família esperaram três dias para retornar para casa na Cidade de Gaza. “Estávamos preocupados que a trégua entraria em colapso e não retornaríamos”.
O Hamas comemorou o retorno, afirmando que foi “uma vitória para o povo e uma declaração de fracasso e derrota para a ocupação (israelense) e os planos de transferência”.
O cessar-fogo tem como objetivo encerrar a guerra entre Israel e o Hamas e garantir a libertação de dezenas de reféns capturados no ataque dos militantes em 7 de outubro de 2023, que desencadeou os conflitos.
Israel ordenou a evacuação em larga escala do norte nos primeiros dias da guerra e isolou-o logo após as tropas terrestres se moverem. Cerca de um milhão de pessoas fugiram para o sul em outubro de 2023, enquanto centenas de milhares permaneceram no norte, que teve alguns dos combates mais pesados e a pior destruição da guerra .
Disputa de reféns
Israel atrasou a abertura da travessia, que deveria acontecer no fim de semana. O governo israelense alegou que não permitiria que os palestinos fossem para o norte até que a refém Arbel Yehoud fosse libertada. O país também acusou o Hamas de não fornecer informações sobre se os reféns restantes que seriam libertados na primeira fase estão vivos ou mortos. O Hamas, por sua vez, acusou Israel de violar o acordo ao não abrir a passagem.
O Catar, um mediador-chave do Hamas, anunciou na manhã desta segunda-feira que um acordo havia sido alcançado para libertar Yehoud junto com outros dois reféns antes de sexta-feira (31).
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse em uma declaração que a libertação dos reféns — que incluirá a soldada Agam Berger — ocorrerá na quinta-feira (30). Essa libertação será adicional à já marcada para o sábado (1), quando três reféns devem ser libertados. O Hamas também entregou uma lista de informações necessárias sobre os reféns que serão libertados na primeira fase de seis semanas do cessar-fogo.
