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Palestinos rejeitam acordo de paz proposto por Trump : “Jerusalém não está à venda”

sexta-feira 28 de setembro de 2018 às 09:20h

Cerca de 24 horas após o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, ter anunciado que trabalhava para apresentar um “plano de paz” para israelenses e palestinos, já foi avisado que ele não será aceito. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em discurso na sede das Nações Unidas nesta última quinta-feira (27), rejeitou Washington como o mediador das negociações de paz na região. Embora tenha apoiado explicitamente a “solução de dois Estados” para resolver o conflito no Oriente Médio, Trump também sugeriu a criação de um único país para reunir os dois povos, deixando uma posição dúbia sobre o que ele promete ser “o acordo do século”.

“Concordo com um Estado, mas se quiserem dois também me parece bom. Há dois grupos de pessoas que devem ficar contentes e por isso é tão difícil. Houve muito ódio durante esses anos”, afirmou o presidente americano em entrevista coletiva durante evento às margens da Assembleia Geral da ONU. Abbas reclamou em seu discurso que os EUA são “muito tendenciosos em favor de Israel” para agirem como um mediador justo entre os palestinos e Israel.

Mahmoud deixou claro que está aberto para que outros países participem das negociações, mas não mencionou nenhum em específico. Reclamando das ações do governo Trump, que cortou repasse de fundos aos palestinos, do reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel e a subsequente mudança da embaixada, disparou: “Jerusalém não está à venda”.

O presidente palestino acrescentou que rejeita de antemão qualquer proposta que não inclua Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino. Sem apresentar provas, acusou Israel de tentar “dividindo o espaço de Al Aqsa”, numa referência à mesquita que se encontra no alto do Monte do Templo e está sob jurisdição da Jordânia.

Também insiste que os palestinos “nunca usam a violência”. Ignorando os constantes atos de terrorismo realizado por palestinos, chamou os que morreram ou estão presos após ataques contra Israel de “heroicos mártires e prisioneiros de guerra”. Assegurou ainda sua disposição a continuar mantendo essa ideia:

“Vamos sacrificar até alcançar a independência e autodeterminação”. Os EUA cortaram o financiamento para os palestinos justamente porque existe abundância de provas que os terroristas e suas famílias recebiam compensação financeira após os ataques. A Autoridade Palestina publica anualmente uma espécie de orçamento onde podem ser identificados esses pagamentos a quem realiza atentados.

 

Por Jarbas Aragão

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