O Itamaraty vai levar ao Brasil sete palestinos da Faixa de Gaza que estão em processo de imigração. Eles estão junto do grupo de brasileiros que tenta deixar o território, afirmou a Embaixada do Brasil na Palestina.
Outros três palestinos que são parentes de brasileiros também abriram pedidos de imigração para o Brasil, disse o embaixador na Palestina, Alessandro Candeas.
Com isso, o número total de pessoas que a Embaixada tenta retirar de Gaza é agora de 32. Entre eles, há:
- Dezessete crianças
- Nove mulheres
- Seis homens
Metade do grupo está em Rafah, a cidade fronteiriça entre o sul de Gaza e o Egito e por onde milhares de pessoas esperam a abertura dos postos de controle para deixar o território. Outra metade aguarda a liberação em uma casa em Khan Younes, cidade também no sul da Faixa de Gaza e que tem sido alvo de bombardeios.
O grupo espera a abertura da fronteira entre Gaza e o Egito, que está fechada. As negociações para liberar a passagem a estrangeiros, travada entre os governos israelense e egípcio, estão travadas há dias.
Do outro lado da fronteira, segundo o embaixador, veículos contratados pelo Itamaraty estão de prontidão para receber o grupo de brasileiros e palestinos em processo de imigração, caso consigam cruzar a fronteira.
Neste caso, eles serão levados de lá ao Cairo, onde um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) os transportará ao Brasil.
Os dez palestinos que integram a lista só conseguirão deixar a Faixa de Gaza porque foram autorizados pela Embaixada.
Isso porque o acordo que os governos de Israel e do Egito negociam para abrir a passagem de Rafah contempla apenas a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza. Exclui, portanto, a grande maioria dos mais de 2 milhões de palestinos que vivem no território; apenas aqueles que têm dupla nacionalidade poderão passar.
Localizada entre o sul de Gaza e o nordeste do Egito, Rafah é a única saída da Faixa de Gaza fora das fronteiras com Israel. Por conta disso, se tornou um ponto de concentração para milhares de palestinos e centenas de estrangeiros que tentam deixar o território.
Em tempos normais, essa fronteira também é fechada para a saída de palestinos, que só conseguem cruzar a fronteira em direção ao Egito em casos excepcionais, como emergências médicas previamente autorizadas.
Tanto o presidente do Egito quanto o Hamas — cujo braço político governa a Faixa de Gaza — já afirmaram que cidadãos palestinos não serão permitidos nessa passagem.
O Egito teme que saída em massa de palestinos faça com que o conflito migre para seu território, e o Hamas acusa Israel de tentar esvaziar a Faixa de Gaza para posteriormente ocupá-la.