Integrantes do Palácio do Planalto garantem ter na ponta do lápis conforme a coluna de Bela Megale, o número de medidas que a Polícia Federal deve executar em investigações envolvendo governadores e prefeitos sobre desvios da pandemia. Segundo integrantes do governo, há potencial para que 400 ações de buscas, apreensão e até mesmo de prisão sejam deflagradas pela PF em todo Brasil, nos próximos meses. O dado chegou a senadores que defendem Bolsonaro na CPI da Pandemia.
Delegados ouvidos pela coluna, no entanto, avaliam que integrantes do governo não têm como acessar essas informações e que estão usando esse número para “propagandear” uma suposta relação de subordinação com a PF, o que não existe. O uso político da corporação por parte do governo na CPI da Covid tem gerado apreensão entre investigadores.
Como informou a coluna nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, Anderson Torres, entrou em rota de colisão com a PF ao afirmar que vai requisitar dados de investigações que miram governadores. O material pode ser usado para abastecer senadores que formam a base de Bolsonaro na CPI da Covid. Delegados afirmaram à coluna que a PF não vai compartilhar dados de investigações com terceiros sem determinação judicial.
Na semana passada, o colunista Lauro Jardim revelou que a expectativa do governo é que a PF o ajude numa espécie de agenda concorrente à da CPI, deflagrando operações contra governadores e prefeitos.