Segundo o Metrópoles, dezenas de apoiadores que, todos os dias, se aglomeram à espera de um aceno e uma foto com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Misturados a estes estão prefeitos, vereadores, representantes de categorias e líderes comunitários que têm comparecido à porta do Palácio da Alvorada para levar demandas diretamente ao chefe do Executivo ou na esperança de conseguir uma agenda com ele em seu gabinete, no Palácio do Planalto.
Comitivas inteiras já compareceram à portaria da residência oficial para encontrar o presidente. Em uma delas, o prefeito do município de Encantado, no Rio Grande do Sul, Adroaldo Conzatti (PSDB-RS), esperou que Bolsonaro aparecesse ao lado de três jovens com trajes típicos gaúchos para convidá-lo a comparecer a uma festa tradicional da cidade.
O presidente também foi cobrado pelo prefeito de uma cidade que sobrevive apenas de fundo de participação de municípios para o repasse de mais recursos e por ajuda com obras de infraestrutura. Como resposta, o político ouviu sobre o projeto do pacto federativo, defendido pelo governo e em tramitação no Congresso por meio de proposta de emenda constitucional. Pela PEC, serão extintos os municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor de 10% que sua receita total.
“Claro que prefeito é contra, vereador é contra, mas não dá pra município ficar sobrevivendo só de Fundo de Participação dos Municípios”, disse Bolsonaro ao prefeito, que se manteve em silêncio após a negativa de ajuda.
Joel Vieira, representante da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), foi ao Palácio da Alvorada pedir que o presidente intercedesse por um plano de saúde para os funcionários do antigo órgão, responsáveis por pulverizar inseticidas contra vetores de doença, como o barbeiro, transmissor de chagas; Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras enfermidades; e contra o mosquito que transmite a malária.
Durante a visita, Vieira entregou um documento e um capacete da Sucam ao presidente. No texto, além da questão relacionada à saúde dos agentes, cobra atenção para as perdas salariais que a categoria tem sofrido.
Visita frequente à residência oficial, o padre Pedro Stepien, presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, costuma fazer orações no local e pedir ao presidente para intervir pela derrubada da lei de alienação parental. “Isso você tem que cobrar do Congresso”, respondeu Bolsonaro ao pároco em mais de uma ocasião.