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domingo 19 de maio de 2024 às 08:14h

Óvni filmado em Portugal foi registrado passando a 161 mil km por hora e intriga autoridades locais; veja vídeo

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Astrónomos espanhóis que seguiram a trajetória dizem que entrou na atmosfera a 161 mil km por hora, mas deixou de ser avistado quando ainda estava a 54 mil metros de altitude.

O clarão que iluminou céus de Portugal e Espanha na noite deste último sábado (18) foi provocado por um Óvni, um objeto voador não identificado, também chamado de UFO (da sigla em inglês para unidentified flying object), e mais recentemente chamado de unidentified anomalous phenomenon (UAP) (em português Fenômenos Anômalos Não Identificados) é um objeto ou luz vistos no céu (ou ocasionalmente em terra ou no mar) que não consegue ser identificado, mas que neste caso, segundo alguns cientistas, por um meteoro. Ufólogos na internet, discordam, e citaram nas redes sociais ser uma nave extraterrestre. O objeto, que não atingiu a superfície terrestre, apesar de ser “realmente grande”. De acordo com o Instituto de Astrofísica da Andaluzia, com sede Granada, o objeto entrou na atmosfera a uma velocidade de 161 mil quilômetros por hora (cerca de 45 quilômetros por segundo) e deixou de ser avistado quando ainda estava a 54 mil metro de altitude.

Assista:

“Pelas imagens registadas pelo instituto (eles têm uma rede de observação muito maior do que a nossa), ele vaporizou-se quando ainda estava a mais de 50 quilómetros de altitude e não chegou a atingir a superfície terrestre. No fundo, o clarão que vimos é precisamente o objeto a vaporizar-se. Um objeto destes entra na atmosfera a uma velocidade entre os 10 e os 70 quilômetros por segundo. Este entrou a 45. Já era grande e rápido”, explicou à CNN o astrofísico Nuno Peixinho.

Meteorito deixou um rasto de luz verde

Assista:

De acordo com o jornal Granada Hoy, a trajetória do objeto foi registada pelos observatórios do Projeto Smart, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, em Calar Alto (Almería), La Hita (Toledo), Huelva, Sierra Nevada e La Sagra (Granada), Sevilha e Marçà (Tarragona).

Foto: Reprodução/Youtube

De acordo com uma análise preliminar dos dados obtidos, levada a cabo pelo professor José María Madiedo, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, o objeto teve origem cometária. De acordo com Nuno Peixinho, trata-se de um meteoro (meteorito denomina apenas o fragmento que atinge a superfície terrestre), que “por ser daqueles muito brilhantes chamamos bólide, em inglês fire ball”.

“Estes maiorzinhos, que fazem este clarão luminoso são mais bonitos, mas são raros”, resume o astrofísico português.

O especialista esclarece ainda que estes fenómenos são “relativamente frequentes”, mas menos visíveis em Portugal por causa de ser um país com um território mais reduzido. “Estatisticamente, os meteoritos caem mais na Rússia, porque a Rússia tem mais área. É o maior país do mundo. A maior parte deles até cai nos oceanos, porque dois terços da superfície da Terra é mar”, acrescenta.

O barulho

Nuno Peixinho explica que o “barulho” relatado por muitas testemunhas “só significa que era grande”. “Estremecer e fazer barulho é normal, porque é a onda de choque. É como se estivesse passando um avião supersónico. Por alguma razão os militares estão proibidos de passar com os aviões acima da velocidade do som por cima das cidades. Caso passassem provocariam danos, como vidros partidos, por exemplo”, explica.

“Neste caso, só significa que era uma cosia grande. Foi muito energético na atmosfera. Não foi suficientemente grande ou não passou suficientemente perto para, por exemplo partir vidro, mas já era grandinho”, resume.

O astrónomo José Augusto Matos acrescentou, na antena da CNN, que “este ruído que muitas pessoas relatam terem ouvido na zona de Castro Daire pode não corresponde a nenhuma queda. Este ruído é provocado pela entrada na Atmosfera”.

“Em Portugal, não me recordo a última vez em que houve relatos de barulho”, resume Nuno Peixinho para ilustrar a raridade de um fenómeno desta natureza no país Europeu.

Perigoso? “Em teoria sim, mas era preciso muito azar”

O astrofísico Nuno Peixinho diz que fenómenos como o que aconteceu na última madrugada podem “em teoria ser perigosos, mas era preciso muito azar para que fossem”.

“Como há 60 milhões de anos, houve um meteoro cujo impacto reativou o vulcanismo, mudou o clima de tal forma que 90% das espécies da terra desapareceram, incluindo os dinossauros e nos como descendentes dos 10% que sobreviveram… em teoria, pode acontecer, mas é difícil”, garante.

O especialista explica que a atmosfera da Terra nos protege de meteoros com até cinco metros de diâmetro. “Se for menor do que cinco metros vai desintegrar-se e não cai nada no chão. Se for maior, é possível que caia alguma coisa no chão”, resume.

Prever e evitar

Nuno Peixinho explica que os astrónomos e astrofísicos estão fazendo um trabalho de rastreamento dos céus para identificar estes objetos que podem constituir algum tipo de perigo e prever com antecedência de vários anos se vão colidir com a Terra. “Conhecemos 90 a 95% de tudo o que tem mais de um quilômetro e que esteja perto. Estamos tentando descobrir todos os que tenham até 500 metros”, explica.

“Um asteroide com 100 metros, se caísse numa cidade, tinha um potencial de destruição de 10 vezes mais. A cratera poderia ter um um quilómetro de diâmetro e o ‘chuveirinho’ de pedras e de poeiras do impacto poderia atingir um raio de cinco a 10 quilómetros”, acrescenta.

O especialista diz ainda que “não é como nos filmes” e não é possível destruir estes objetos evitando a colisão com a Terra.

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