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segunda-feira 2 de dezembro de 2024 às 16:49h

Ouro fecha em queda pressionado por dólar fortalecido e bolsas da Europa fecham em alta

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As bolsas da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira (2) apesar dos receios com a crise política na França, que levanta questões fiscais no país. O governo do primeiro-ministro Michel Barnier segue ameaçado, em um movimento que pode ter impactos na alta da dívida francesa. Por outro lado, as perspectivas para novos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) persistem, o que dá forças ao papéis da região.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,54%, a 513,00 pontos.

O presidente do partido Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella, afirmou nesta segunda que a legenda pretende deflagrar uma votação de confiança contra o governo de Barnier, “salvo um milagre”. O grupo já havia dado esta segunda-feira como prazo para que o premiê atenda as suas exigências no orçamento do ano que vem, que incluem o aumento real das aposentadorias.

À Bloomberg, no entanto, o ministro das Finanças francês, Antoine Armand, disse que os governistas não serão “chantageados”, nem “aceitam ultimatos”, e reforçou o compromisso com a redução do déficit fiscal.

O Jefferies ainda espera resolução da crise política no país europeu, mas acredita que o desfecho dependerá de medidas que tendem a piorar o endividamento. “Nossa visão estrutural permanece negativa para a França”, ressalta. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,02%, a 7.236,89 pontos, enquanto o DAX avançou 1,44%, a 19.908,10 pontos em Frankfurt. Durante a sessão, o índice renovou sua máxima histórica. A Beremberg lembra que embora o DAX tenha conseguido ganhar mais de 15% graças aos seus pesos pesados nos setores dos seguros e da tecnologia, o CAC 40 tem estado no vermelho desde o início do ano (devido, entre outras coisas, às empresas de bens de luxo).

O BCE deve continuar a cortar as taxas de juros este mês, afirmou o dirigente Yannis Stournaras, nesta segunda-feira. “Aparentemente, continuaremos a cortar as taxas de juros em dezembro”, disse o também presidente do Banco da Grécia e um dos membros “dovish” do Conselho do BCE que favorecem juros mais baixos. No cenário macroeconômico, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha ficou estável em 43 em novembro ante outubro, aquém da leitura prévia e da estimativa de analistas consultados pela FactSet. Já os PMIs industriais de zona do euro e Reino Unido confirmaram as expectativas.

A principal perda veio da Stellantis, que despencou 6,37% em Paris, após a inesperada renúncia do CEO Carlos Tavares. Em Milão, onde também está listada, a montadora cedeu 6,30%. Na cidade, o FTSE MIB subiu 0,21%, a 33.483,17 pontos. Em Madri, o Ibex35 avançou 0,81%, a 11.735,30 pontos. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,31%, a 8.312,89 pontos. Por outro lado, o PSI 20 recuou 0,87%, a 6.362,81 pontos em Lisboa.

Ouro em queda

O ouro futuro fechou em queda nesta segunda pressionado pelo fortalecimento do dólar no exterior, após o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmar, no final de semana, que pretende impor tarifa de 100% contra os países do Brics se o bloco substituir a divisa americana como moeda de comércio.

O ouro mais líquido fechou em queda de 0,83%, a US$ 2.658,50 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Na rede social Truth, Trump disse que os EUA não ficarão parados diante da ideia dos Brics de tentar substituir o dólar, exigindo “compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda Brics ou enfrentarão tarifas de 100%”.

As advertências do republicano afetaram o sentimento do mercado, já que seus planos tarifários propostos e suas políticas expansionistas poderiam levar a um aumento da inflação, influenciando potencialmente as futuras decisões de corte da taxa de juros do Federal Reserve (Fed), afirma Tito Iakopa, da FlowCommunity. Isso prejudicaria o ouro, pois taxas de juros mais altas normalmente reduzem o apelo do metal, que não rende juros.

Por outro lado, as tensões geopolíticas e a demanda por ativos porto seguro está mantendo o lado negativo dos preços do metal precioso relativamente protegido, dizem os analistas do ANZ. Na mesma esteira, apesar das recentes revisões para cima em previsões para o dólar americano e os rendimentos de Treasuries, a Capital Economics acredita que o preço do ouro subirá para US$ 2.750 a onça-troy até o final de 2025.

“Isso reflete nossa opinião de que uma demanda mais forte de ouro por parte da China e preocupações mais amplas sobre a sustentabilidade fiscal compensarão os movimentos desfavoráveis nos fatores tradicionais da commodity”, acrescenta a empresa de pesquisa.

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