O ouro fechou em alta nesta segunda-feira (10) em dia de novo recorde histórico, com busca por segurança com temores renovados após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que deve impor novas tarifas nesta semana às exportações de aço e alumínio para o país, além de promessas de tarifas retaliatórias contra parceiros comerciais. Analistas também apontam para demanda acima do comum da commodity pela China.
O ouro para abril avançou 1,62%, a US$ 2.934,40 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Durante o dia, o metal chegou a ser cotado a US$ 2.938,10, novo recorde histórico.
A SP Angel aponta que os ganhos do ouro são impulsionados pelo aumento dos riscos de uma guerra comercial global. Além das ameaças tarifárias de Trump, a China impôs tarifas retaliatórias sobre US$ 14 bilhões em bens dos EUA, sinalizando a intensificação do conflito econômico, segundo a instituição. A SP Angel também destaca um novo programa piloto chinês que permitirá que 10 seguradoras invistam até 1% de seus ativos em ouro, gerando cerca de US$ 27 bilhões em nova demanda.
Por outro lado, a Capital Economics alerta que “a alta pode enfraquecer em breve”. A consultoria ressalta a forte demanda chinesa devido à falta de alternativas de investimento atraentes, o que pode impulsionar o preço do ouro no curto prazo. No entanto, a instituição destaca que a diversificação das reservas dos bancos centrais será lenta, e alguns podem se afastar do ouro devido ao seu preço elevado nos próximos meses. A Capital também prevê que os rendimentos dos títulos do Tesouro de longo prazo devem subir este ano, mantendo a previsão de que o ouro cairá para US$ 2.750 até o final de 2025.