Diante dos atos em favor do presidente Jair Bolsonaro com toques de críticas ao centrão neste domingo (26), o senador Otto Alencar (PSD) refutou que o seu partido faça parte do bloco posto para Cristo nas ruas. O baiano ainda ponderou que o DEM deve abandonar cargos no governo federal se quiser também afirmar que a sigla não faz parte do grupo ou do governo, segundo publicou o Bahia Notícias.
O baiano garantiu que nunca negociou ou pediu postos no governo e, por isso, não integra o bloco formado por PP, PL, DEM, PRB e Solidariedade (SD).
Liderado por ACM Neto, o DEM possui três membros em cargos de destaque na Esplanada dos Ministérios com Tereza Cristina (Ministério da Agricultura), Luiz Mandetta (Ministério da Saúde) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Neto declarou nesta segunda (27) que o DEM nunca será centrão.
“Como uma vez pontuou o senador Major Olímpio (PSL), se você não quer carregar o piano, pelo menos saia de cima e não faça peso em cima do piano. Quem não faz parte do centrão ou do governo é o PSD que não tem cargos em ministérios”, argumentou Otto após os protestos deste fim de semana.
Por mais que sua existência seja negada pelos políticos de Brasília, o centrão é conhecido como o conjunto não oficial de partidos políticos que tem por objetivo assegurar uma proximidade ao poder Executivo de modo que garanta cargos e benefícios.
Nos bastidores, o que se diz é que o PSD tentou se afastar do grupo que virou alvo de críticas por apoiadores de Bolsonaro votando pela manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça. A devolução do órgão ao Ministério da Economia pela Câmara foi considerada uma vitória do centrão na queda de braço contra o ministro Sérgio Moro e o presidente Bolsonaro.
Líder do PSD no Senado, Otto declarou que vai pedir aos pares que votem novamente pela manutenção do Coaf com Moro no parlamento. O baiano pediu para que os deputados do PSD-BA votassem nesse sentido na Câmara e repetirá a orientação para a bancada liderada no Senado.
Para Otto, o motivo para o voto é ideológico e não uma tentativa de se afastar do centrão. “Já ajudei o governo e posso aprovar outras matérias de interesse, mas não quero participar do governo”, pontuou o senador. Senadores de vários partidos afirmam ter votos suficientes para aprovar a manutenção do Coaf sob o controle do ministro de Sergio Moro nesta terça-feira (28).