Enquanto a oposição passa por uma série de indefinições para o pleito de outubro no Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL), aliado de Jair Bolsonaro (PL), anunciou na noite da última terça-feira (28) seu candidato a vice. Ex-prefeito da populosa Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e quadro antigo do MDB no estado, Washington Reis foi o escolhido. Ele teve o aval da família Bolsonaro, que o considera um aliado.
Segundo Caio Sartori da revista Veja, a indicação funciona especialmente como uma forma de dominar de vez a Baixada, onde estão 26% do eleitorado fluminense. Segundo interlocutores do mandatário, todos os prefeitos e vereadores da região estão fechados com ele. Reis, portanto, é um aceno à consolidação da hegemonia por lá.
Com 15 partidos na base aliada e cerca de metade do tempo de propaganda na TV, Castro foca agora em outra área populosa – São Gonçalo e seu entorno – para fechar um cinturão metropolitano que isole os adversários na capital, onde Marcelo Freixo (PSB) vai bem, e Niterói, a vizinha na qual Rodrigo Neves (PDT) tem bom desempenho por ter sido prefeito. O cálculo geopolítico de Castro, em suma, passa por “varrer” o interior, ganhar na região metropolitana e perder de pouco na capital.
Outra justificativa para a escolha de Reis envolve o segmento religioso. Castro é cantor católico; o candidato a vice, evangélico.
O problema envolvendo o ex-prefeito tem a ver com a elegibilidade. Condenado por crime ambiental, ele chegou a ser considerado inelegível em vários momentos, e hoje aguarda uma nova análise da Justiça Eleitoral. Em 2020, só conseguiu assumir a prefeitura por meio de um embargo de declaração, mas voltou a ser ficha-suja ao longo do mandato.
As pesquisas têm mostrado Castro um pouco à frente de Freixo, mas quase sempre em empate técnico dentro da margem de erro. Um levantamento estadual do Datafolha está previsto para sair nesta quinta-feira, 30.