A divisão geográfica dos superricos brasileiros acompanha a participação dos estados do país na formação do PIB (Produto Interno Bruto). Não por acaso, São Paulo – responsável por 31% do PIB nacional – possui 128 bilionários, o maior contingente entre os 315 nomes elencados no ranking da Forbes deste ano, que leva em conta o local de nascimento dos integrantes – e não a residência atual.
Conforme a revista Forbes, outros 13 estados marcam presença na lista, com destaque para Santa Catarina (40 bilionários), Rio de Janeiro (37 bilionários), Minas Gerais (29 bilionários), Rio Grande do Sul (19 bilionários) e Ceará (17 bilionários).
No seleto grupo dos superricos, muitos são os que deixaram seus estados de nascimento ou até mesmo o país. Esse é o caso de Eduardo Saverin, nascido em São Paulo, mas que atualmente mora em Singapura – ele tem fortuna estimada pela Forbes em R$ 97,5 bilhões.
Outro que vive fora do país é Jorge Paulo Lemann, que ocupa o segundo lugar no ranking geral e é estimado como a pessoa mais rica do Rio de Janeiro. Aos 81 anos, o empresário mora na Suíça e tem patrimônio estimado em R$ 96,5 bilhões.
A região Norte do país é representada por apenas um bilionário: Samuel Barata, nascido no Pará e dono da maior fatia do conglomerado Drogarias Pacheco. Ele tem fortuna estimada em R$ 8 bilhões pela Forbes e está no 61° lugar no ranking.
A lista de bilionários brasileiros segue os critérios da Forbes norte-americana, tendo a participação em empresas listadas em bolsas de valores como principal fonte de informação. A data de corte da apuração do patrimônio foi o fechamento do primeiro semestre de 2021, ou seja, 30 de junho.
A 89ª edição da revista Forbes já está disponível para download no aplicativo com a versão completa da exclusiva lista de bilionários brasileiros.
Veja a seguir quem são os mais ricos de cada um dos estados brasileiros representados na lista de 2021:
Eduardo Saverin
Nascimento: São Paulo
Posição no ranking: 1ª
Patrimônio: R$ 97,5 bilhões
Idade: 39 anos
Fonte da fortuna: Facebook
Eduardo Saverin, um dos cofundadores do Facebook, ultrapassou Jorge Paulo Lemann e se instalou na liderança dos brasileiros mais ricos do mundo na carona da disparada das ações da rede social nos últimos meses. Em um ano, a cotação do Facebook na Nasdaq encorpou cerca de 40%, levando a empresa a ultrapassar pela primeira vez a histórica marca de US$ 1 trilhão de valor de mercado, em junho último.
Graças a esse salto no valor da companhia, Saverin também ingressou no panteão dos 100 homens mais ricos do mundo. Residente em Singapura desde 2012, ele mantém a B Capital, empresa de investimentos focada em startups. Seu raio de ação se concentra principalmente na Ásia e nos EUA. Em 2020, ele fez seu primeiro investimento na América Latina: US$ 15 milhões na Yalochat, startup mexicana que desenvolve inteligência artificial para atendimento a clientes.
Jorge Paulo Lemann
Nascimento: Rio de Janeiro
Posição no ranking: 2ª
Patrimônio: R$ 96,5 bilhões
Idade: 81 anos
Fonte da fortuna: Banco Garantia, Brahma
Apesar da alta de 6% em seu patrimônio, Lemann ficou novamente na segunda colocação entre os maiores bilionários brasileiros, agora ultrapassado por Eduardo Saverin. Por meio do fundo de investimentos 3G Capital, Lemann é acionista controlador da gigante cervejeira AB Inbev, além de deter participações em conglomerados internacionais como Kraft Heinz e Restaurant Brands International (Burger King e Tim Hortons).
No Brasil, seu império inclui Lojas Americanas e São Carlos Empreendimentos. Nesta última empresa, um destaque entre os acionistas são os filhos de Lemann, assim como os filhos de seus sócios Marcel Telles e Carlos Sicupira.
Alceu Elias Feldmann
Nascimento: Santa Catarina
Posição no ranking: 10ª
Patrimônio: R$ 30,5 bilhões
Idade: 71 anos
Fonte da fortuna: Fertipar
Formado em agronomia, Feldmann é fundador da Fertipar, responsável por uma robusta fatia de 15% do mercado nacional de fertilizantes. Ele controla 85% da companhia, que tem mais de 2.100 colaboradores. O grupo gerencia atualmente uma holding com 14 empresas voltadas ao agronegócio.
Candido Pinheiro Koren de Lima
Nascimento: Ceará
Posição no ranking: 14ª
Patrimônio: R$ 21 bilhões
Idade: 75 anos
Fonte da fortuna: Hapvida
Médico oncologista, Candido fundou a prestadora de serviços de saúde Hapvida em 1979. Em 2018, abriu capital com uma demanda seis vezes maior que o previsto. Com forte atuação no Norte e Nordeste, fechou 2019 com receita líquida de R$ 5,6 bilhões, alta de 23% frente ao ano anterior. Em agosto último, o Cade aprovou a compra do Grupo São José por R$ 320 milhões. Como maior acionista, o médico viu seu patrimônio saltar 37%.
Rubens Menin Teixeira de Souza e Família
Nascimento: Minas Gerais
Posição no ranking: 15ª
Patrimônio: R$ 18,9 bilhões
Idade: 65 anos
Fonte da fortuna: MRV
A maior parte do patrimônio de Rubens Menin vem de sua participação na construtora MRV, cofundada por ele em 1979, em Belo Horizonte. Em 2011, a investidora norte-americana Starwood Capital comprou 33% da MRV Log, braço logístico do grupo. A família também é sócia-fundadora do Banco Inter, que fez IPO em 2018. Rubens é fundador e dono da CNN Brasil.
Joesley e Wesley Mendonça Batista
Nascimento: Goiás
Posição no ranking: 24ª (empate)
Patrimônio: R$ 13,95 bilhões (cada)
Idade: 51 anos
Fonte da fortuna: JBS
Filhos de José Batista Sobrinho, fundador da JBS, os irmãos Joesley e Wesley são os acionistas controladores da companhia por meio da J&F Investimentos.
Blairo Borges Maggi
Nascimento: Paraná
Posição no ranking: 46ª (empate)
Patrimônio: R$ 10,4 bilhões
Idade: 65 anos
Fonte da fortuna: Sementes Maggi
Blairo, filho de Lucia Borges Maggi, controla a gigante agrícola Amaggi, criada por André Antonio Maggi (1927- 2001), ao lado de sua irmã e parentes. Com sede em Cuiabá, a companhia tem negócios de navegação e energia e fazendas de grãos. Blairo já foi governador do Mato Grosso duas vezes (2003-2010), senador (2011-2019) e ministro da Agricultura no governo Michel Temer.
Samuel Barata e Família
Nascimento: Pará
Posição no ranking: 61ª (empate)
Patrimônio: R$ 8 bilhões
Idade: 90 anos
Fonte da fortuna: Drogarias Pacheco
Samuel Barata comprou a centenária cadeia de farmácias Pacheco nos anos 1970. A empresa se tornou a maior rede do Rio de Janeiro e, em 2011, fundiu-se com a Drogaria São Paulo, criando a DPSP. São cerca de 1.200 lojas em dez estados. Ele é o dono da maior fatia do conglomerado que tem como sócios integrantes da família Carvalho, ex-controladora da DSP.
Lucia Borges Maggi; Marli Maggi Pissollo e Família
Nascimento: Rio Grande do Sul
Posição no ranking: 46ª (empate)
Patrimônio: R$ 10,4 bilhões (cada)
Idade: 90 e 67 anos
Fonte da fortuna: Sementes Maggi
Lucia, seus filhos Blairo e Marli controlam a gigante agrícola AMaggi, criada por André Antonio Maggi (1927- 2001), ao lado de outros integrantes da família. Com sede em Cuiabá, a companhia tem negócios de navegação e energia e fazendas de grãos.
Ilson Mateus Rodrigues
Nascimento: Maranhão
Posição no ranking: 71ª
Patrimônio: R$ 7,3 bilhões
Idade: 58 anos
Fonte da fortuna: Varejo
O empresário maranhense construiu um império no Nordeste com o Grupo Mateus, do qual é presidente e principal acionista. A rede fez sua estreia na bolsa de valores em outubro de 2020, transformando-se no maior IPO do ano até então. Ele divide o controle da companhia com a ex-mulher, Maria Barros Pinheiro, e os dois filhos, Ilson Junior e Denílson.
Nilton Carlos Chieppe e Família
Nascimento: Espírito Santo
Posição no ranking: 119ª (empate)
Patrimônio: R$ 3,9 bilhões
Idade: 77 anos
Fonte da fortuna: Viação Águia Branca
Filho do fundador do grupo de viação Águia Branca, Nilton e a família são grandes acionistas da Azul Linhas Aéreas, desde que esta incorporou a concorrente Trip. O Águia Branca é o maior grupo empresarial do Espírito Santo, com três empresas de viação, duas de logística e outras de vendas de automóveis.
Antônio Augusto de Queiroz Galvão e Família
Nascimento: Pernambuco
Posição no ranking: 136ª (empate)
Patrimônio: R$ 3,35 bilhões
Idade: 65 anos
Fonte da fortuna: Queiroz Galvão
A família é dona da Queiroz Galvão, com operações em petróleo e gás, siderurgia, cimento, concessões, desenvolvimento imobiliário e energia eólica. O clã está na lista pela participação na empresa de capital aberto Enauta (antiga Queiroz Galvão Exploração e Produção). Em 2020, vendeu sua participação de 45% no campo de exploração petrolífera Manati para a Gas Bridge por R$ 560 milhões.
José Janguiê Bezerra Diniz
Nascimento: Paraíba
Posição no ranking: 142ª
Patrimônio: R$ 3,25 bilhões
Idade: 57 anos
Fonte da fortuna: Ser Educacional
É fundador da Ser Educacional, de Recife. A companhia abriu capital em 2013 e, desde então, tem investido em novos mercados. Janguiê é grande investidor imobiliário, com cerca de R$ 750 milhões em imóveis. Também investe em dezenas de statups.