O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem trabalhado a todo vapor para anunciar o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deverá ser a grande vitrine de obras do governo. A ideia é apresentar o projeto quando o petista completar 100 dias à frente do Palácio do Planalto.
Na última semana, foram concluídas as reuniões conduzidas pelo secretário de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, André Ceciliano, com representantes dos estados para ouvir as demandas mais urgentes de cada um. Com mostra a edição da revista Veja desta semana, a avalanche de pedidos está agora com a equipe da Casa Civil de Rui Costa e da número dois da pasta, Miriam Belchior — que atuou como coordenadora-geral do programa de investimentos em infraestrutura nos anos Dilma Rousseff.
Segundo Ceciliano, os pedidos que passarão pelo escrutínio do governo englobam áreas que vão desde infraestrutura — com projetos de rodovias, portos e aeroportos — até saúde e educação. A prioridade, no entanto, diz o secretário, será a conclusão de obras do Minha Casa, Minha Vida. Lula, inclusive, já tem rodado o país fazendo entregas das unidades habitacionais.
Nessa toada, a ideia será filtrar tudo o que foi recebido dos governadores e fundir o que for aprovado desses itens com a retomada de um punhado de obras do governo anterior. Desde que tomou posse, Lula declarou como uma de suas prioridades a conclusão e a entrega das cerca de 14 000 obras federais paradas.
“Tudo é prioritário, porque os governadores estão há quatro anos sem parceria com o governo federal”, diz Ceciliano. “As reuniões que fizemos tiveram como objetivo fazer um checklist do que há de projetos, do que falta de licença e do que se tem de orçamento.” O plano de investimento deve ser lançado entre o fim de março e o início de abril, com destaque para o Minha Casa, Minha Vida. “O programa tem desde obras 30% prontas até 90% prontas. São 180 000 unidades habitacionais para serem entregues. O presidente Lula pediu para primeiro terminar essas obras e, segundo, para que sejam preparados áreas e terrenos com infraestrutura, de forma que não faltem recursos para a habitação”, explica Ceciliano.