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domingo 22 de agosto de 2021 às 17:18h

Os desafios de João Roma como ‘terceira via’ na Bahia, contra o DEM e PT

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Entre ex-prefeito bem avaliado e força petista, ministro João Roma é citado como candidato ao governo do estado onde 62% dos eleitores rejeitam o presidente

O embate na eleição ao governo da Bahia em 2022 será, em se confirmando as principais tendências, uma nova edição da disputa entre PT e DEM, opondo o senador e ex-governador petista Jaques Wagner e o ex-prefeito de Salvador e presidente demista, ACM Neto. Conforme matéria da revista Veja, será uma disputa dura e recheada de simbolismo, afinal, Wagner foi o candidato do PT a derrotar o grupo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, em 2006, e iniciar dezesseis anos de hegemonia do partido no governo estadual. Do outro lado, Neto é o herdeiro político de ACM e teve uma gestão bem avaliada na capital baiana, entre 2013 e 2020. Uma terceira força, no entanto, pode surgir em meio à polarização na Bahia: o bolsonarismo.

A “terceira via” no estado, em um palanque ao presidente Jair Bolsonaro no quarto maior colégio eleitoral do país, pode ser incorporada no ministro da Cidadania, João Roma, filiado ao Republicanos. Roma surgiu na política pelas mãos de ACM Neto, de quem foi assessor e chefe de gabinete na prefeitura, mas a relação entre os dois foi rompida em fevereiro, quando o afilhado contrariou o padrinho e aceitou a nomeação ao ministério por Bolsonaro. Desde então, não se falam.

Aliados de Neto dizem que ele estava convencido de que João Roma não aceitaria o cargo, a seu pedido, e soube da desfeita ao ser informado em uma ligação por um jornalista. O ex-prefeito não queria que Roma assumisse o ministério para evitar a associação de seu nome a Bolsonaro e a ideia de que fora ele quem indicou o novo ministro. Isso porque o convite a Roma ocorreu em meio a um momento de conflagração no DEM, após a bancada de deputados federais virar as costas a Rodrigo Maia na eleição à Presidência da Casa e apoiar Arthur Lira (PP-AL), que teve apoio do presidente. Maia acusava Neto de levar o partido para os braços do bolsonarismo.

Embora comande a pasta responsável pelo Auxílio Brasil, programa criado para substituir o Bolsa Família e que é apontado como um dos fatores que poderão alavancar os bolsonaristas na eleição, João Roma entraria como zebra na disputa contra o ex-amigo e o forte petismo baiano, impulsionado pela candidatura do ex-presidente Lula.

Com 84,3% de aprovação ao final de sua gestão em Salvador, segundo o Paraná Pesquisas, ACM Neto elegeu o seu vice, Bruno Reis (DEM), em 2020, e desponta como líder nas pesquisas ao governo – tem de 50% a 52% das intenções de voto, segundo o Paraná Pesquisas. Do outro lado, o PT pode contar com o fator Lula, que chegou a receber 66% dos votos baianos no primeiro turno em 2006, e com o atual governador, Rui Costa, um gestor igualmente bem avaliado — 66% aprovam seu governo. Com o nome associado ao do líder petista em pesquisa do Paraná Pesquisas, Jaques Wagner sobe dez pontos, assim como João Roma quando associado a Bolsonaro. É inegável, porém, que o ministro teria que lidar com a enorme rejeição ao capitão entre os baianos, 62%, segundo o levantamento.

Ainda sem um palanque nacional para apoiar na Bahia, ACM Neto buscará “desnacionalizar” a campanha, enquanto Jaques Wagner não descarta uma polarização com o eventual candidato bolsonarista. “Se a polarização ficar tão intensa que acabe comandando as eleições estaduais, podemos acabar tendo um fenômeno que na fotografia de hoje não existe, que é a polarização se dar entre nossa chapa e a do presidente”, diz o senador.

Mesmo visto como azarão e ainda pouco conhecido no eleitorado, contudo, a presença do ministro no páreo pode roubar votos preciosos da faixa do eleitorado de ACM Neto, apimentando ainda mais a disputa do tabuleiro político baiano.

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