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Logomarcas dos partidos Podemos e PSDB, que negociam uma fusão - Imagem: /Reprodução
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quarta-feira 19 de fevereiro de 2025 às 16:01h

Os cálculos do Podemos para atrair o PSDB para uma fusão

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


Um dos partidos que tentam atrair o PSDB para uma fusão, o Podemos preparou um relatório sobre o impacto que a eventual junção das duas legendas teria nos números da união entre elas. O documento foi obtido por Gustavo Maia, da coluna Radar e é tido internamente como um trunfo para convencer os tucanos a aceitar a proposta, ao invés de fecharem negócio com PSD, MDB ou Republicanos.

A expectativa dentro do Podemos é que os tucanos definam o seu futuro nos próximos dois meses. Apesar de negarem publicamente a possibilidade de incorporação, lideranças do PSDB avaliam, nos bastidores, que o partido não conseguirá atingir, em 2026, a cláusula de barreira por desempenho eleitoral — o que deixaria a sigla sem fundo partidário e sem horário gratuito de rádio e televisão.

Nas eleições municipais do ano passado, o Podemos teve direito à oitava maior fatia do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como fundão eleitoral: 236,66 milhões de reais. Os tucanos, com 147,95 milhões, ficaram na décima posição.

Juntos, teriam, segundo os cálculos do Podemos, 381.189.494,95 reais, ficando com o sétimo maior valor do FEFC, superando o Republicanos e bem próximo aos 404,6 milhões do MDB.

A dotação de recursos do Fundo Partidário é outra questão destacada pelo Podemos. Em 2024, a legenda teve direito a 57,2 milhões de reais, e o PSDB, 33 milhões. Juntos, teriam aproximadamente 90,3 milhões, o quinto maior valor, superando Republicanos (83,6 milhões), MDB (81,3 milhões) e PSD (80 milhões).

Cenário municipal

Com a fusão, o Podemos e o PSDB teriam juntos o quinto maior número de vereadores espalhados pelo Brasil, um total de 5.330 (2.330 do primeiro e 3.000 do segundo). A sigla ficaria atrás apenas de MDB (8.109), PP (6.953), PSD (6.620) e União Brasil (5.493), ultrapassando PL (4.958), Republicanos (4.651), PSB (3.591), PT (3.129) e PDT (2.503) no top 10.

O Podemos ressalta no relatório que possui uma distribuição de vereadores mais predominante em capitais, enquanto o PSDB tem mais maior em Câmaras Municipais em cidades do interior. Por isso, seria a opção “mais complementar” entre as que estão em negociação.

Além disso, o “novo” partido de centro-direita governaria 401 prefeituras — hoje o PSDB tem 274 e o Podemos, 127. Com isso, seria a sétima maior força do país nesse quesito, superando legendas de esquerda — PDT (151), PT (252) e PSB (309). Com 887 prefeitos, o PSD está no topo do ranking, seguido por MDB (856), PP (747), União Brasil (584), PL (516) e Republicanos (433).

Em população governada, a junção entre as duas legendas teria a sexta maior fatia (16,3 milhões de pessoas), superando o Republicanos (14 milhões).

“O PSDB não vai desaparecer”

Em nota divulgada há uma semana, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, declarou que o partido “não vai desaparecer”. “Em respeito a 1,35 milhão de filiados e à história de todos que ajudaram a fundar e a construir o partido que fez as reformas mais importantes do Brasil, o PSDB vai continuar existindo”.

“Vamos continuar dialogando com os demais partidos que estão no centro do espectro político brasileiro para construir uma alternativa aos extremos, garantindo a identidade do PSDB”, afirmou, acrecentando que sabe das dificuldades impostas pela legislação.

O tucano admitiu a possibilidade de “aliança” com outros partidos do centro democrático, “seja em formato de federação como a que temos com o Cidadania —que se encerra no primeiro semestre de 2026 e que estamos em conversas para avaliar a viabilidade de sua manutenção ou ampliação—, seja com a convergência de outras legendas ao PSDB”.

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