Custou caro para Rubens Ometto a aventura na Vale. O investimento resultou em uma perda estimada de R$ 7,5 bilhões desde o anúncio do negócio em setembro de 2022, se for considerado o custo de oportunidade (CDI) associado ao montante de capital investido. Em outra leitura possível, incluindo a desvalorização do preço das ações da mineradora e o custo da estrutura de derivativos, a perda estimada é um pouco menor, mas ainda substancial: 3,7 bilhões de reais. A estimativa é do banco BTG em relatório a investidores estrangeiros.
A Cosan vendeu em leilão na bolsa nesta quinta-feira (16) 173 milhões de ações da Vale, o equivalente a R$ 9 bilhões. O grupo jura de pé junto que a decisão de zerar posição na mineradora, em uma operação complexa como essa, envolvendo duas empresas de capital aberto, é recente. Recentíssima. Pelo menos de novembro do ano passado para cá, desde a chegada do novo CEO, Marcelo Martins, e o aumento na taxa de juros. Difícil crer. Rubens Ometto entrou na Vale com cerca de 5% — depois reduziu essa fatia para 4% ainda em 2024. Ele andava às turras com o governo. Uma decisão estratégica como essa leva tempo. Os rumores no mercado já corriam desde meados de setembro do ano passado.