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sexta-feira 21 de outubro de 2022 às 07:26h

Os anúncios esperados para o Congresso do Partido Comunista da China

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O 20º Congresso do Partido Comunista da China (PCC) terminará neste sábado (22) com uma série de anúncios que devem traçar o futuro político do país para os próximos cinco anos.

Embora o anúncio principal esteja previsto para domingo, com a quase certa reeleição para um terceiro mandato de Xi Jinping, todas as instâncias de poder no país devem ser reorganizadas neste congresso.

 Renovação da cúpula

O encontro quinquenal é a oportunidade para renovar o Comitê Central, uma espécie de Parlamento do PCC com quase 200 delegados, incluindo os 25 membros do Politburo, o núcleo duro do partido.

O verdadeiro poder está nas mãos do Comitê Permanente do Politburo, grupo atualmente formado por sete homens, cujo secretário-geral é Xi Jinping.

“Seu tamanho pode ser reduzido ou ampliado”, alerta Nis Grünberg, analista do Instituto Mercator de Estudos Chineses de Berlim, ao recordar que o organismo já teve nove membros.

“Até quatro membros do Comitê Permanente podem ser substituídos e quase metade do Comitê Central”, afirmou durante a semana o jornal South China Morning Post (de Hong Kong), sem revelar suas fontes.

“Uma reforma ampla será benéfica para Xi Jinping”, afirmou Grünberg.

“Assim, ele poderá promover um maior número de apoiadores do Politburo para o Comitê Permanente”, a chave do poder na China.

 Novo primeiro-ministro

No sábado será revelado o novo Comitê Central. Mas apenas no domingo, ao final de sua primeira sessão plenária, serão divulgadas as composições do Politburo e do Comitê Permanente.

Os membros deste último serão anunciados por ordem de importância: primeiro o secretário-geral, que praticamente garante um mandato presidencial na reunião de março da Assembleia Popular Nacional.

O segundo ou o terceiro na ordem será o próximo primeiro-ministro, cargo ocupado atualmente por Li Keqiang, que vai se aposentar da vida pública. Entre os nomes citados para o cargo estão Hu Chunhua, atual vice-primeiro-ministro, e Wang Yang, membro do Comitê Permanente.

E entre os favoritos para entrar no organismo estão quatro aliados muito próximos de Xi: o líder do partido na província de Guangdong (sul), Li Xi; seu chefe de gabinete, Ding Xuexiang; o líder do partido em Xangai, Li Qiang, e o líder do partido na região de Chongqing (sudoeste), Chen Min’er.

“Porém, um Partido Comunista da China sem facções não existe. E isto poderia obrigar Xi a incluir outras correntes da organização”, adverte o sinólogo Jean-Philippe Béja.

 Novo mandato e novo título?

Exceto por uma grande surpresa, Xi Jinping tem garantido o terceiro mandato como secretário-geral do partido e, em consequência, do país.

Mas alguns detalhes sutis ainda precisam ser definidos.

Analistas e a imprensa especulam sobre o suposto desejo de mudança nome de seu cargo para “presidente do partido”, o título que tinha o fundador da China comunista Mao Tsé-Tung (1949-1976).

Também pode ser incluída uma alteração nos estatutos do PCC, que em 2017 passaram a registrar uma referência ao “pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com peculiaridades chinesas da nova era”, uma menção adicionada à Constituição um ano depois.

Agora, o partido poderia reduzir esta frase para simplesmente “o pensamento de Xi Jinping”.

“Por mais tolo que possa parecer, uma mudança do tipo sinalizaria amplo apoio a Xi dentro da elite do partido, elevando seu status e sua ideologia ao mesmo nível de Mao Tsé-Tung”, afirma a empresa de análises Trivium China.

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