Com histórico de perseguição contra ONGs e instituições religiosas – católicas e cristãs -, o governo Ortega já havia feito o mesmo com outras dez organizações, como por exemplo a Fraternidad Misioneras del Fiat de María e a Universidade de Ciências da Saúde e Energias Renováveis, que foram acusadas de terem aberto alguns escritórios “sem autorização”.
A recente medida chamou atenção não só pelo fechamento, mas também porque o presidente da Nicarágua integrou a instituição durante a vida, ou seja, Daniel Ortega foi escoteiro. Além disso, ele participou, em 2017, da celebração de 100 anos da Associação dos Escoteiros do país.
Em janeiro, outras 16 ONGs católicas e evangélicas também passaram pelo processo arbitrário de Ortega. De acordo com o Vatican News, nove delas foram declaradas ilegais por não cumprirem requisitos que criavam operações de controle por parte do governo. As outras sete teriam apresentado o pedido de dissolução de maneira voluntária.
Ainda naquele mês, o bispo de Matagalpa dom Rolando Álvarez que estava detino há mais de um ano, foi liberto junto com outro bispo, dois seminaristas e quinze sacerdotes. Com exceção de um que decidiu morar na Venezuela, todos os outros foram para o Vaticano.
Em seu primeiro Angelus de 2024, o Papa Francisco rezou em nomes das pessoas que foram afetadas pelo regime de Ortega, pedindo um ‘”caminho do diálogo para superar as dificuldades”.