O acordo para manter o veto de Bolsonaro ao orçamento de 2020 está inteiramente nas mãos do senador Alcolumbre.
Segundo a revista Veja, o governo propõe que 11 bilhões de reais, dos 30 nas mãos do relator do orçamento, que é deputado federal, sejam devolvidos para o Poder Executivo e se tornem despesas discricionárias com possibilidade de contingenciamento, ou poderiam ainda se transformar em emendas extraorçamentárias (as que foram utilizadas pelo governo para agraciar os deputados que votaram a favor da reforma da previdência).
Sabe-se que o senador Alcolumbre e seus apoiadores foram muito beneficiados em 2019 pelas emendas extraorçamentárias. Assim, a manutenção do veto pelo Senado teria hoje como principal beneficiário direto o presidente da casa.
Alcolumbre poderia agir para derrubar o veto apenas se considerar que para ele tanto faz, ou ainda se achar que a Câmara dos Deputados passará a ser muito menos colaborativa em relação ao Senado. O fato é que esse imbróglio estará resolvido muito provavelmente antes do 15 de março. Deputados e senadores querem esvaziar a manifestação convocada para os constranger neste assunto.