A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, denunciou nesta quarta-feira, 7, a prisão da coordenadora de campanha da coalizão de Edmundo González, María Oropeza. A dirigente atuava no estado de Portuguesa, onde teria sido detida no início da madrugada.
“O regime acaba de levá-la à força e não sabemos aonde ela se encontra. Sequestraram ela! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam sua libertação imediata”, afirmou Corina em publicação no X, antigo Twitter.
Também no X, a coalizão opositora publicou um vídeo do suposto momento em que os policiais entram na casa de Oropeza para realizar a prisão. A gravação parece ter sido feita a partir de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Ella es María Oropeza. Una joven extraordinariamente valiente, inteligente y generosa de Portuguesa.
Es la Coordinadora del @ConVzlaComando en Portuguesa y ha hecho un trabajo extraordinario uniendo y organizando a los ciudadanos de su estado.
El régimen acaba de llevársela por… https://t.co/lT0lv07u8P— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) August 7, 2024
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que a prisão de Oropeza se soma às denúncias de crimes contra a humanidade do regime de Maduro, com mais de mil detenções resultantes de perseguições políticas.
“Essa irracionalidade repressiva deve ser parada já”, disse ele.
O incidente ocorre em meio à escalada de repressão contra a oposição e seus apoiadores, que contestam por fraude o resultado das eleições do último domingo que deu vitória ao ditador Nicolás Maduro.
Antes disso, na semana passada, o partido Vontade Popular (VP), que faz parte da coalizão opositora, disse que seu líder, Freddy Superlano, havia sido detido pelos serviços de inteligência do regime de Maduro. Os agentes invadiram sua casa em Caracas, mostrou um vídeo publicado na conta do X, antigo Twitter, do ex-deputado. O episódio ocorreu em meio à contestação dos resultados eleitorais, que deram vitória ao presidente bolivariano na segunda-feira, pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos foi sequestrado o nosso coordenador político nacional, Freddy Superlano”, anunciou no X o partido VP.
Superlano foi ativamente incorporado ao comando de campanha de Edmundo González, candidato que substituiu a vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, inabilitada pelo regime chavista por supostas irregularidades financeiras, nunca comprovadas.
Posteriormente, o partido Vente Venezuela, que faz parte da coalizão de González e é liderado por Corina, também denunciou que sua sede em Caracas foi atacada na semana passada por um grupo de seis pessoas encapuzadas.
“Assalto às 3h com arma de fogo em ‘El Bejucal’, sede nacional do Vente Venezuela e escritório de María Corina Machado. Seis homens encapuzados e sem identificação subjugaram os seguranças. Eles os ameaçaram e passaram a fazer pichações, arrombar portas e levar equipamentos e documentos”, publicou o grupo no X, antigo Twitter.
O comunicado acrescentou: “Denunciamos o ataque e a insegurança a que estamos sujeitos por motivos políticos e alertamos o mundo sobre a (necessidade de) proteção dos nossos membros”.