O presidente francês, Emmanuel Macron, recusou-se a aceitar a renúncia de sua primeira-ministra e reuniu-se com líderes da oposição nesta terça-feira (21) conforme a Reuters, enquanto busca uma saída para uma situação política depois de perder sua maioria parlamentar.
Eleitores insatisfeitos com a inflação e uma alegada indiferença de Macron em relação às famílias em dificuldades resultaram em um Parlamento dividido na eleição de domingo, deixando a aliança de centro do presidente várias dezenas de cadeiras aquém de uma maioria absoluta para governar.
Isso significa que seu bloco Ensemble precisará encontrar apoio entre as bancadas da oposição para salvar a agenda de reformas.
Os oponentes de Macron disseram que é hora de ele aprender a ouvir os outros e que o apoio teria um custo. Christian Jacob, líder do conservador Les Republicains, afirmou que Macron foi “arrogante” durante seu primeiro mandato.
“Não vamos trair aqueles que mostraram fé em nós. Aqueles que votaram em nós não o fizeram para que entremos sem pensar em qualquer velha coalizão”, disse Jacob a repórteres.
Jacob fez as declarações depois de uma reunião de uma hora com Macron.
Les Republicains são a fonte mais óbvia para Macron encontrar apoio. A plataforma econômica dos conservadores é amplamente compatível com a de Macron, incluindo planos de aumentar a idade de aposentadoria em três anos para 65 anos.
No entanto, os conservadores, cujos ex-presidentes incluem Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac, até agora descartaram um pacto formal de coalizão no estilo alemão.
Mesmo assim, Jacob disse que seu partido seria “responsável” e não “bloquearia as instituições”, aparentemente abrindo a porta para a cooperação em uma base de projeto a projeto.
O campo de Macron afirmou que espera encontrar moderados tanto na direita quanto na esquerda com quem possa trabalhar.
O presidente pró-europeu que quer aprofundar a integração da UE, fazer os franceses trabalharem por mais tempo e construir novas usinas nucleares, quer que as conversas desta semana com a oposição “identifiquem possíveis soluções construtivas”, disse o Palácio do Eliseu.