O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) assumirá a liderança da oposição do governo na Câmara dos Deputados em abril no lugar de Carlos Jordy (PL-RJ). Pré-candidato à prefeitura de Niterói, Jordy vai se dedicar à eleição municipal, que ocorre em outubro deste ano.
A troca no comando já era esperada para o início deste ano, mas parlamentares decidiram manter Carlos Jordy como líder como forma de protesto após o deputado ser alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), em janeiro deste ano. A ação da PF tinha o objetivo de identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado, no interior do estado do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, Jordy é suspeito de promover atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições presidenciais no ano retrasado, como bloqueios das rodovias no interior do Rio de Janeiro.
O inquérito da PF mostra que o deputado trocava mensagens com golpistas, participando de alguns grupos de WhatsApp e passando orientações sobre esses temas. Na época, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou o mandado de busca e apreensão em sua casa e gabinete na Câmara como “medida autoritária”.
“Nunca apoiei nenhum tipo de ato, anterior ou depois do 8 de janeiro. Embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito. Então é totalmente arbitrário. Não há nenhuma postagem minha, nada que possa ser colocado contra mim ou justifique essa medida autoritária de busca e apreensão”, disse em vídeo publicado.
Deputados da oposição dizem que a troca é natural, tendo em vista a pré-candidatura do parlamentar à prefeitura de Niterói. Eleitores vão às urnas em outubro para escolher os prefeitos e vereadores.
Prestes a assumir a liderança da oposição, o deputado federal Filipe Barros também vai disputar as eleições municipais, e é pré-candidato à Prefeitura de Londrina, no interior do Paraná.
O parlamentar foi relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretendia incluir um módulo de voto impresso ao lado das urnas eletrônicas a partir das eleições de 2022.
Em vídeo de reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2022, ministro do governo Bolsonaro relatou que o encontro foi convocado sob o pretexto de o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) fazer uma apresentação sobre as urnas eletrônicas. A PF aponta que o registro da reunião, “revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”.