Deputados da oposição discutem nos bastidores, segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, em incluir, na PEC da Anistia aos partidos políticos, uma espécie de perdão retroativo a Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O ex-procurador teve o mandato cassado pelo TSE, nesta última terça-feira (16), por unanimidade.
A estratégia foi sugerida por deputados do PL de Jair Bolsonaro e do Podemos em uma reunião da oposição na manhã desta quarta-feira (17), na Câmara, com a presença de Dallagnol conforme foto acima. Parlamentares do Novo também participaram do encontro.
A PEC da Anistia foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na terça. A proposta, que dá uma anistia geral a partidos por problemas nas prestações de contas e pelo descumprimento de cotas eleitorais, ainda precisa ser votada no plenário da Casa.
Outra possibilidade discutida na reunião seria a oposição entrar em obstrução para tentar impedir a votação da urgência do novo marco fiscal, marcada para esta quarta. O objetivo seria pressionar o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a ajudar a salvar Dallagnol. O PL, porém, resiste à proposta.
Recurso ao STF
Paralelamente à articulação na Câmara, o ex-procurador decidiu recorrer ao STF contra a decisão do TSE. O parlamentar também pretende conceder uma entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta, no Salão Verde da Câmara, para falar sobre o assunto.
Dallagnol foi cassado pelo TSE, após os ministros da Corte considerarem nula sua candidatura. O argumento é de que o ex-procurador pediu exoneração do Ministério Público Federal para evitar uma eventual punição administrativa, que poderia torná-lo inelegível.