Operação PAZ prende mais de 5,8 mil acusados de mortes violentas e contribui com redução de homicídios em 12 estados

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou, na última quarta-feira (20), o balanço da Operação PAZ, voltada ao combate e prevenção de mortes violentas intencionais (homicídio, feminicídio, latrocínio e morte por intervenção policial), além de tentativa de homicídio.

Iniciada em 1º de setembro, a operação vai até o dia 31 de dezembro deste ano e acontece no Rio de Janeiro, Goiás, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Tocantins, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima, estados que concentram mais da metade dos índices das mortes violentas intencionais no país e que têm taxa média de 35 mortes por 100 mil habitantes – a nacional é de 22 mortes por 100 mil habitantes.

Números

Com a operação, todos os estados já registraram redução de homicídios. A média é de 2,1% menos vítimas em comparação ao ano passado. A unidade federativa com a maior redução foi o Rio Grande do Norte (-23,9%), seguido de Tocantins (-21,1%) e Roraima (-20,5%). O Rio de Janeiro registrou a maior redução de morte por intervenção policial: 58%. Os crimes de lesão corporal seguida de morte, latrocínio e crimes violentos letais intencionais também caíram.

Até o momento, foram 5.865 presos por mortes violentas intencionais e outros crimes. O número de armas de fogo apreendidas chegou a 1.419, e o de drogas passou de 30 toneladas. As diligências da operação ocorreram em 482 municípios.

“É uma operação inédita no MJSP. É um subproduto do Enfoc (Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas), um investimento que estamos fazendo no enfrentamento às organizações criminosas, que são as maiores responsáveis pelas mortes violentas. Nesses estados onde ela ocorre, a criminalidade estava crescendo. Nós estancamos e diminuímos. É uma redução consistente, se considerarmos que a curva estava ascendente”, destacou o secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.

O total aportado na Operação PAZ é de cerca de R$ 150 milhões. Até o momento, R$ 95 milhões já foram destinados ao pagamento de 315.985 passagens e diárias. Além do montante, o MJSP fornece aos estados informações coletadas pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab/MJSP).

Os resultados alcançados até o momento pela Operação Paz são frutos das mais de 1,7 milhão de ações ostensivas, entre barreiras policiais, abordagens de pessoas e veículos e condução de suspeitos; e cerca de 18 mil diligências policiais, entre cumprimento de mandados de prisão, intimações e oitivas cumpridas.

Cooperação

Outro eixo da Operação PAZ é a resolutividade de inquéritos. Ao todo, foram 5.153 instaurados, com taxa de resolutividade de quase 80%. Já os inquéritos passivos – ou seja, que foram abertos antes da operação – tiveram resolução de 61%.

“As ações de inteligência foram desenvolvidas no sentido de aprimorar o conhecimento das ações ostensivas e investigativas. Tivemos uma ação especializada mais eficiente. Passamos muita informação e também pegamos os mandados de prisão, e qualificamos as informações sobre os acusados, o que facilitou o cumprimento das prisões”, explicou o diretor de Operações Integradas e de Inteligência, Romano Costa.

Também participaram da coletiva o diretor de Gestão e Integração (DGI), Felipe Sampaio, e os secretários estaduais de Segurança Pública, por videoconferência.

“Destacamos, mais uma vez, a importância da integração das polícias, porque da ação federativa e fortemente cooperativa entre União e estados é que temos resultados expressivos na segurança pública. Essa operação reforça o compromisso do MJSP com a preservação da vida”, concluiu o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.