Segundo o jornal Correio, um descuido foi crucial para que o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinasse a prisão da desembargadora Maria do Socorro e a do juiz Sérgio Humberto Sampaio, decretada sexta passada em caráter provisório. Após o cerco iniciado pela Faroeste no último dia 19, ambos usaram celulares de terceiros para orientar a ocultação de provas, sem saber que os aparelhos também eram alvos de escuta judicial.<
Entre os áudios interceptados pela Polícia Federal, um deles criou embaraços à procuradora-geral de Justiça, Ediene Lousado, chefe do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
No diálogo, cuja data não informada na decisão em que o STJ autoriza a segunda fase da Faroeste, a desembargadora Maria do Socorro, destaca o relatório do MPF, foi flagrada em conversa na qual fala sobre a necessidade de fazer uma reunião, afirma que o irmão de Ediene estaria acompanhando o caso e “expõe possível limpeza de dados criminosos em aparelho telefônico”. Em nota à imprensa em que manifesta apoio “amplo e irrestrito” às investigações, o MP-BA não fez menção ao trecho em que a desembargadora cita o auxílio supostamente prestado a ela pelo irmão da procuradora-geral.
NOTA DE RESPOSTA
O Ministério Público do Estado da Bahia, em razão de informações publicadas pela coluna Satélite, do jornal Correio, intitulada “Linha Cruzada”, vem exigir o direito de resposta e informar ao público que inexiste qualquer relação entre os fatos narrados na denúncia da Operação Faroeste e a atuação da procuradora-geral de Justiça da Bahia ou de outro procurador ou promotor de Justiça, motivo pelo qual não há qualquer necessidade de esclarecimento institucional sobre a atuação de pessoas alheias ao seu quadro de membros e servidores. Esclarece, ainda, que foi divulgada no site do Ministério Público nota institucional para informar sobre a designação de procuradora de Justiça para acompanhar a correição promovida pela 2a Vice-Presidência do Tribunal de Justiça da Bahia, que foi publicada no Diário da Justiça da última sexta-feira, dia 29, e sobre o apoio do Ministério Público aos desdobramentos da operação. Por tais motivos, a instituição manifesta sua indignação com a publicação de nota jornalística com associação leviana de informações.