A ONU pediu nesta quarta-feira (1º) à comunidade internacional “apoio urgente” para proteger milhões de migrantes venezuelanos das consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus, que já deixou mais de 43 mil mortos no mundo.
“Milhões de refugiados e migrantes, e as comunidades que os abrigam, continuam necessitando de apoio urgente, particularmente à medida que o impacto econômico da pandemia começa a ser percebido em América Latina e Caribe”, disse o enviado especial da ONU para os refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein, em comunicado.
“Pedimos à comunidade internacional que aumente seu apoio aos programas humanitários, de proteção e integração, dos quais dependem a vida e o bem-estar de milhões de pessoas”, assinalou.
Os 4,9 milhões de venezuelanos que fugiram desde 2015 da crise em seu país são particularmente vulneráveis à pandemia, já que muitos deles não têm renda suficiente para suprir suas necessidades básicas, nem lugar para morar, lembrou Stein. “Além disso, correm o risco de ficarem estigmatizados ante o aumento do medo e dos distúrbios sociais” nas nações que os abrigam.
Em outubro de 2019, Stein alertou para a piora da crise dos migrantes da Venezuela em 2020, e afirmou que será necessário o dobro do orçamento atual para enfrentá-la. Calculou, então, que, este ano, chegará a 6,5 milhões o número de cidadãos que abandonaram aquela nação petroleira.
No mês passado, a ONU pediu que os países não privem os migrantes dos pedidos de asilo, nem os obriguem a dar meia-volta em sua luta para tentar conter a Covid-19, que levou ao fechamento de fronteiras.