Um encontro virtual para debater como a inteligência artificial, IA, está se tornando, cada vez mais, importante. O tema não é novo, uma vez que as ferramentas de busca na internet têm utilizado a inteligência artificial há vários anos.
Mas lançamentos recentes como Chat GPT, um robô de IA, desenvolvido pela empresa Open AI, se tornaram temas de debates sobre regulação e padronização.
Marketing e IA
Nesta semana, a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece, realizou um evento para analisar as preocupações com a aplicação ampliada da inteligência artificial e as oportunidades que ela deve gerar com automação de alguns produtos.
O que muitos podem não ter se dado conta é que, nos últimos anos, todas as vezes em que um artigo foi consultado em sites de busca ou o marketing de algum produto foi feito logo após essa consulta, a operação partiu de robôs de IA.
A Comissão da ONU lembra que programas semelhantes já existem em muitos dos esquemas de compensação usados pelos consumidores. Um exemplo são os cartões fidelidade de supermercados. Toda vez que um cupom de desconto é emitido ou o cliente recebe e-mails com anúncios de determinados produtos, é a inteligência artificial que está por trás puxando o padrão de consumo dos compradores.
Discriminação de gênero
Durante a 70ª sessão da Unece sobre “Aproveitando as transformações digitais e verdes para o desenvolvimento sustentável nos próximos dois anos”, as políticas de cooperação e padronização se focaram na inteligência artificial de duas perspectivas.
Primeiro com os padrões de resposta baseados em gênero. A inteligência artificial reflete a sociedade na qual foi criada e pode, por isso, conter posturas inerentes e enviesadas sobre gênero em seus códigos. Mesmo que os programadores se esforcem para que seus produtos tratem mulheres e homens da mesma forma, a discriminação irá ocorrer em materiais não verificados.
Para a Comissão Econômica da ONU na Europa, é preciso garantir que todos os produtores beneficiem, de forma igual, a todos os consumidores. A equipe de especialistas da Unece está examinando esses assuntos e buscando formas de corrigir qualquer desvio.
Danos físicos a consumidores
Em segundo lugar, a Comissão examina a perspectiva de conformidade do produto que são testados para regulações técnicas e padrões de segurança antes de entrar no mercado.
Esta segurança não é apenas física, mas também se espera que o produto não cause nenhum dano físico aos consumidores. O produto não pode ser um desserviço econômico, ambiental ou dos interesses da governança de sociedades.
Produtos integrados e softwares embutidos com inteligência artificial oferecem um desafio particular para a checagem de conformidade. Isso porque eles podem mudar, de forma inerente, com o tempo.
Esses itens têm que apresentar a conformidade antes de entrar no mercado porque à medida que evoluem e aprendem, eles podem acabar perdendo essa característica de conformidade.